Press "Enter" to skip to content

Renda fixa ou variável? Conheça os setores mais promissores para montar sua carteira

(Foto: Shutterstock)

A incerteza econômica causada pela pandemia do novo coronavírus fez com que alguns  investidores voltassem a buscar segurança em opções conservadoras, como CDB, LC e Tesouro Direto. Mas será que essa é mesmo a melhor opção? Podem surgir boas oportunidades em renda variável mesmo em períodos de tanta turbulência?

“Melhor do que tentar adivinhar o futuro é montar uma carteira que consiga navegar satisfatoriamente em qualquer cenário”, afirma Eduardo Belotti, cofundador e presidente da fintech Real Valor, plataforma que reúne a performance de todas as ações, títulos de renda fixa e fundos e hoje conta com 60.000 usuários. De acordo com Belotti, apesar da volatilidade, é possível sim encontrar boas oportunidades na bolsa, até mesmo com opções em outros países. Confira a entrevista:

1- A bolsa vivia uma fase de euforia e bons retornos, porém, a pandemia causada pela covid-19 derrubou os mercados, causou pânico e mobilizou gestores, analistas e investidores. É possível dizer que o pior já passou para quem investe em renda variável?

Infelizmente, não tem como assegurar nada. O mercado é muito volátil e ninguém tem bola de cristal. O maior exemplo disso é você olhar para os gurus de investimentos e os bilionários. Alguns dizem que o pior já passou enquanto outros estão com medo do que está por vir.

Não há consenso nem entre os especialistas, o que mostra que é um cenário difícil de prever. Melhor do que tentar adivinhar o futuro é montar uma carteira que consiga navegar satisfatoriamente em qualquer cenário.

2- Alguns investidores simplesmente não fizeram nada, além de torcer para uma recuperação das perdas no longo prazo. É o momento de fazer novas apostas?

Algumas ações ficaram baratas. Se o investidor pensa em longo prazo, faz sentido comprá-las. Olhando para o curto prazo, é possível que elas caiam mais, mas no longo prazo provavelmente voltam a patamares maiores.

Existe a possibilidade de algumas não terem essa “sorte” e é por isso que é imprescindível diversificar a carteira.

3- Quais são os setores e empresas mais promissoras para investir neste período de incertezas? Por quê?

O Brasil tem poucas empresas abertas em bolsa que estão surfando a onda da quarentena, diferentemente das bolsas lá de fora.

As empresas brasileiras que são aplicativos de delivery, empresas de videoconferência, empresas de jogos, etc. não estão abertas em bolsa, então não é possível investir. Apesar disso, um setor que vem performando bem é o de e-commerce, que tem algumas empresas na bolsa.

4- Vale a pena investir em ações em outros países? Quais as opções mais interessantes no momento?

Vale. Todos deveriam diversificam também em países diferentes. É difícil acreditar que todas as melhores oportunidades de bolsa do mundo estão no Brasil. Por isso mesmo vale a pena ir atrás dessas oportunidades alocando também fora do país.

Nesse momento, tem muitas empresas que estão se alavancando com a pandemia, como empresas de videoconferência, games, streaming e por aí vai.

5- Como ficam os investimentos em fundos imobiliários?

Tudo depende do que vai acontecer daqui para a frente. De novo, ninguém tem bola de cristal.

Depois da quarentena, será que as empresas vão voltar a trabalhar no escritório com todo mundo ou vai deixar alguns de home office? Será que eles vão reduzir o escritório? Esse é um dos riscos que os fundos imobiliários correm, porque se as empresas alugarem menos escritórios, a vacância dos fundos imobiliários sobem.

Infelizmente não tem como precisar o que vai acontecer, mas assim como qualquer outro ativo, existem papéis mais robustos à crise e outros mais frágeis.

6- Hoje qual deve ser a fatia destinada para a renda fixa? Por quê?

Cada caso é um caso. Depende de muitas coisas, como a aptidão ao risco do investidor, os objetivos dele, a sua idade e por aí vai.

Uma heurística que costuma funcionar bem é a lei dos 60. Você diminui 60 da idade da pessoa. Esse é o valor a ser investido em renda variável. O resto vai para renda fixa.

Isso faz com que, com o passar do tempo, o investidor vá tornando seu portfólio cada vez menos focado em geração de riqueza e muito mais focado em preservação de patrimônio.

Be First to Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *