O Brasil pode ter 125.833 mortes pela covid-19 até o início de agosto. Essa é a projeção atualizada da Universidade de Washington, que traz cenário mais pessimista do que o previsto pelo mesmo grupo há duas semanas. O modelo do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da universidade, é o que tem embasado políticas de saúde da Casa Branca.
Em 12 de maio, quando o modelo estatístico passou a abranger o Brasil, a previsão era a de que o País registrasse 88 mil mortes até 4 de agosto. Mas a atualização da análise sobre Brasil inclui previsões para 19 Estados brasileiros, 11 a mais do que a projeção anterior.
O intervalo possível traçado pelo IHME prevê mínimo de 68.311 mortes no País até o início de agosto e máximo de 221.078. O modelo aponta que entre 23 de junho e 20 de julho o Brasil deve registrar mais de 1,5 mil mortes diárias por covid, sendo o pico em 13 de julho, com 1.526 óbitos em um único dia. Em agosto, o País estará na curva descendente, mas ainda com mais de 1,3 mil mortes diárias. Se as infecções levarem o País a seguir a trajetória mais sombria traçada pela instituição, o pico aconteceria antes, em 16 de junho, com 3.059 mortes em um período de 24 horas.
Confirmadas as projeções médias do IHME, o Brasil terá taxa de 63,85 mortes por 100 mil habitantes, menor apenas do que as que devem ser registradas até agosto na Itália (71,79), Espanha (78,74) e Reino Unido (66,03).
A Suécia – que adotou restrições menores de isolamento e vem sendo apontada como modelo pelo presidente Jair Bolsonaro – também registrará uma das mais altas taxas de mortalidade por covid-19 no mundo, com 51,44 mortes por 100 mil cidadãos. A situação do Brasil será muito pior do que a registrada nos EUA, atual epicentro do vírus, para onde são projetadas 43,71 mortes por 100 mil.
Se os dois países ficarem no pior extremo da projeção da universidade, o Brasil terá mais mortes que EUA. No pior cenário, Brasil terá, até agosto, 221.078 mortes, enquanto os EUA terão 207.364.
O Rio é um dos Estados que teve piora destacada pela universidade. Em 12 de maio, a projeção era a de que o Rio concentraria 21 mil mortes até agosto. Agora, a projeção fala em 25,7 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Beatriz Bulla, correspondente
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