Categories: Política

PGR avalia pedido para investigar Zambelli E bolsonaristas por vazamentos na PF

A Procuradoria-Geral da República recebeu, nesta terça-feira, 26, um pedido do PSOL para investigar a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e outros membros do governo de Jair Bolsonaro pelo suposto vazamento ilegal de informações de operações sigilosas da Polícia Federal.

O pedido de investigação foi feito no dia em que a PF realizou a Operação Placebo, que teve como foco o desvio de recursos na área de saúde no Estado do Rio de Janeiro. Os mandados de busca e apreensão tiveram, entre seus alvos, o governador Wilson Witzel (PSC).

No dia 25 de maio, portanto na véspera da operação, a deputada governista teria dado sinais, em entrevista uma rádio gaúcha, de que teria informações privilegiadas que davam conta de que governadores seriam alvos da PF.

“A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam ali, na agulha, para sair, mas não saíam. E a gente deve ter nos próximos meses o que gente vai chamar talvez de covidão, ou de… Não sei qual vai ser o nome que eles vão dar, mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal”, disse Zambelli, na ocasião.

O pedido de investigação foi protocolado pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP) e direcionado ao gabinete do procurador-geral Augusto Aras, que agora vai avaliar se a representação terá prosseguimento.

Segundo o documento protocolado, a declaração de Zambelli foi dada num contexto de “conflito aberto” entre o presidente da República e governadores, especialmente os do Rio de Janeiro e de São Paulo. “Restou evidente que a parlamentar está tendo acesso indevido a informações sigilosas sobre operações da Polícia Federal e as está utilizando para a disputa política travada pelo Presidente da República contra seus adversários”, diz trecho do documento, ao qual o Estadão teve acesso.

Na representação, o PSOL pede ainda que PGR investigue a violação do sigilo de processos judiciais por parte de outros membros do governo próximos de Bolsonaro. Na avaliação do partido, esses vazamentos serviriam para atender interesses políticos do presidente da República, o que, segundo a Constituição, afronta o princípio da moralidade e da impessoalidade.

“Há no meio político e na sociedade grande preocupação com a possibilidade de que a Polícia Federal converta-se em uma verdadeira polícia política, ou seja, aquela que protege os crimes dos aliados e parentes do governante e persegue seus adversários políticos”, conclui a ação.

Por Patrik Camporez

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Setor automotivo da Bosch planeja cortes de empregos expressivos nos próximos anos

A Bosch anunciou nesta sexta-feira, 22, que irá cortar cerca de 5500 cargos nos próximos…

16 minutos ago

Getnet escolhe Juan Franco, ex-Nuvei, como novo CEO global

A Getnet, empresa de maquininhas de origem brasileira e que pertence ao Grupo Santander, anunciou…

2 horas ago

Toffoli defende prescrição em 10 anos de restituição de tributo a consumidor de energia

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para estabelecer o prazo prescricional…

2 horas ago

Novo terminal em Suape pode aumentar em 40% comércio internacional de Pernambuco, diz ministro

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o novo terminal de…

2 horas ago

15% do capex tem foco em transição energética, afirma presidente da Petrobras

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou nesta sexta-feira, 22, que 15% do capex previsto…

3 horas ago

Plano Estratégico da Petrobras viabiliza 315 mil empregos diretos e indiretos, diz presidente

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta sexta-feira, 22, que os negócios previstos no…

3 horas ago