Economia

Pressionada por bancos, Bolsa fecha com queda de 0,2%; dólar fica a R$ 5,35

Apesar de operar em alta em boa parte do pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou com baixa marginal de 0,23% aos 85.468,91 pontos nesta terça-feira, 26, após ser pressionada pelo setor bancário. Já o real foi beneficiado pelo início dos testes de uma vacina contra o coronavírus e o dólar fechou com queda de 1,83% cotado a R$ 5,3578, menor resultado desde o dia 20 de abril.

Os temores do setor bancário nesta segunda, se devem a um projeto de lei do senador Weverton (PDT-MA), que pauta o aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). A proposta é que a taxa saia dos atual 20% e passe para 50%, o que afetaria diretamente o lucro dos bancos. Nos bastidores, o setor trabalha para um aumento de apenas 25%.

Apesar da queda no final, a Bolsa registrou ganhos em boa parte do pregão, após a empresa americana Novavax informar na última segunda-feira, 25, que vai começar o primeiro estudo em humanos da sua vacina experimental contra o novo coronavírus. Também influenciou os investidores, os processos de reabertura gradual da economia na Europa, Estados Unidos e Japão.

Em meio a esse cenário, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, chegou a subir até os 87.332,53 pontos. No final do pregão, já pressionada pelos bancos, a Bolsa tinha um ganho marginal de apenas 0,30%, resultado menor que a alta de 4,25% (85.663,48 pontos) da véspera, enquanto as Bolsas de Nova York estavam fechadas devido a um feriado.

Cenário local
A briga pública entre Jair Bolsonaro e sua família, com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, impediu que a Bolsa tivesse ganhos maiores. Antigo aliado que contribuiu para a eleição de Bolsonaro em 2018, Witzel teve apreendidos aparelhos celulares e outros pertences em seus endereços, inclusive residenciais, nesta terça-feira, 26.

Nem mesmo o tão esperado pronunciamento do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, conseguiu diminuir as incertezas do mercado. Em discurso, o deputado pediu pela “pacificação dos espíritos” e a preservação da democracia, mas não comentou sobre o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, apontada como peça chave nas denúncias do ex-ministro Sérgio Moro. Os 35 pedidos de impeachment contra Bolsonaro que aguardam em sua mesa, também não foram mencionados.

Além das preocupações com o cenário político, o investidor acompanha a situação do setor aéreo. Diante dos impactos negativos da pandemia, a Latam e suas unidades no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos pediram recuperação judicial nos EUA. Mesmo que as atividades da empresa no Brasil, na Argentina e no Paraguai não estão estejam incluídas a notícia gera cautela.

O desempenho da economia também segue no radar do mercado. O País registrou a maior deflação desde a implantação do Plano Real, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial. Os preços da economia recuaram 0,59% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 26./ KARLA SPOTORNO, MARIA REGINA SILVA e SILVANA ROCHA

Estadão Conteúdo

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