O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 3,0 pontos em maio, para 68,0, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas. Apesar da recomposição no quinto mês, o indicador ainda acumula perda de 26,2 pontos na comparação com janeiro, quando estava em 94,2.
A melhora foi puxada por um aumento de 9,8 pontos no Índice de Expectativas (IE), para 69,7 pontos – a maior alta mensal da série histórica do indicador. Mesmo com esse avanço, o índice ainda acumula perda de 34,5 pontos na comparação com janeiro.
Nas aberturas do IE, ambos os componentes, de demanda prevista e de tendência de estoques, tiveram melhoras na passagem de abril para maio. Eles atingiram 69,6 pontos e 69,9 pontos, respectivamente.
“Em maio, 51% das empresas indicaram diminuição da atividade e 63%, que o ambiente de negócios está fraco. A ‘despiora’ (sic) do indicador refletiu expectativas menos negativas, mas que se mantiveram em patamar que ainda representa um grande pessimismo com os próximos meses”, afirma a coordenadora de Projetos de Construção da FGV, Ana Maria Castelo, em nota.
O Índice de Situação Atual (ISA) da Construção teve queda de 4,1 pontos, para 66,8, e atingiu o menor nível desde outubro de 2017 (66,2 pontos). A retração foi puxada pelo indicador de carteira de contratos, que recuou 6,6 pontos, para 69,2, menor nível desde junho de 2018 (68,4). O indicador de situação atual dos negócios cedeu de 66,2 pontos para 64,8, menor nível desde maio de 2017 (64,6).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor avançou 4,1 pontos porcentuais, para 61,7%. Houve alta no Nuci de Mão de Obra, que subiu 4,0 pontos porcentuais, para 62,8%, e no de Máquinas e Equipamentos, com aumento de 4,3 pontos porcentuais, para 56,8%.
Fatores de limitação
Em maio, a crise do coronavírus apareceu em segundo lugar na percepção das empresas acerca dos fatores que limitam a melhora dos negócios. Ela foi citada na categoria “outros”, mencionada por 41,5% das instituições que responderam à pesquisa, atrás apenas da “demanda insuficiente”, indicada por 58,1%. “Para as empresas de construção que estavam tentando retomar um novo ciclo de negócios, a covid representa uma grande mudança de cenário”, afirma Ana Castelo.
Por Cícero Cotrim
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