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Cogna Educação tem prejuízo líquido de R$ 39,1 milhões no primeiro trimestre

A Cogna Educação (COGN3), antiga Kroton Educacional, divulgou na quinta-feira (21) seu resultado do primeiro trimestre de 2020. Os números mostraram os primeiros impactos da pandemia e vieram abaixo do esperado em termos de receita líquida, Ebitda e lucro líquido.

Do lado positivo, a base de alunos se manteve estável de janeiro a março deste ano, embora comportamentos distintos entre as modalidades presencial e de Ensino a Distância (EAD) tenham se revelado.

Do lado negativo, houve o aumento de R$ 25 milhões na provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), para fazer frente à potencial piora de aumento de inadimplência nos próximos trimestres devido à Covid-19.

A receita líquida caiu 11,5% entre os dois períodos, de R$ 1,84 bilhão para R$ 1,63 bilhão.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teve queda de 32,8% entre o primeiro trimestre de 2019 e o deste, para R$ 504,8 milhões.

A Cogna Educação teve prejuízo líquido de R$ 39,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante lucro líquido de R$ 238,2 milhões em igual período de 2019.

Analistas esperam impacto negativo no preço das ações de Cogna (COGN3) no curto prazo diante da pressão já verificada nos processos de captação de alunos deste primeiro semestre, e potencialmente no segundo semestre, além de potenciais efeitos negativos nos indicadores de evasão e inadimplência.

As ações da Cogna (COGN3) apresentam desempenho negativo em 2020: queda de 58,9%, em relação à queda de 28,2% no Ibovespa.

O custo dos bens e/ou serviços vendidos diminuiu 4,2%, para R$ 653,2 milhões, e as despesas operacionais aumentaram 6,4, para R$ 812,3 milhões no primeiro trimestre na comparação anual.

O resultado financeiro ficou negativo em R$ 173 milhões no primeiro trimestre deste ano, 26,2% acima do resultado negativo de R$ 137,1 milhões do mesmo período de 2019.

O custo dos bens e/ou serviços vendidos teve uma retração de 4,2% no primeiro trimestre, para R$ 653,2 milhões, e as despesas operacionais avançaram 6,4% na comparação anual dos trimestres em questão, para R$ 812,3 milhões.

A pós-graduação EAD avançou 3%, resultado do forte crescimento da captação (+15%), enquanto a pós-graduação presencial declinou 11% por conta do impacto da pandemia de coronavírus na captação, particularmente concentrada em março.

No pilar financeiro, a empresa desenvolveu um cenário de estresse e definiu ações para garantir um nível de alavancagem inferior a 3x dívida líquida/Ebitda e uma geração de caixa depois dos investimentos positiva em 2020. A empresa tem sólida posição de caixa de R$ 2,9 bilhões.

Em fevereiro, a Cogna levantou R$ 2,6 bilhões com a realização de uma oferta de ações (follow-on). O dinheiro no caixa da companhia seria utilizado para preparar a estratégia de crescimento. Nos planos estavam compras de instituições de ensino superior. Porém, com a mudança de cenário, os investimentos ficam postergados e a preocupação maior passa a ser a manutenção do caixa.

Em um mundo com o coronavírus controlado, a Cogna ainda espera levantar outros R$ 2 bilhões com o IPO da Vasta, seu negócio de sistemas de ensino e serviços para escolas de educação básica.

O mundo pós-pandemia deve trazer mudanças nos sistemas de ensinos 100% presenciais. Entendemos que o processo de hibridização do ensino que já vinha acontecendo no ensino superior será fortemente acelerado neste novo cenário e a Cogna está em uma boa posição para capturar valor com essa nova realidade.

Redação Mercado News

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