O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que se reuniu nesta quinta-feira, 21, com o presidente Jair Bolsonaro, fez acenos ao mandatário nesta sexta-feira, 22, e defendeu a reabertura econômica na cidade. Não disse, contudo, quando começaria a valer o plano elaborado em parceria com a iniciativa privada, que vai passar nesta tarde pela análise do conselho de cientistas que auxiliam a Prefeitura.
“Não podemos nos reunir o tempo todo para adotar cada vez mais medidas de maior restrição. Precisamos, aos poucos, de maneira segura, voltar”, afirmou o prefeito, que aposta no achatamento da curva, na abertura de leitos e na chegada de equipamentos da China. Apesar disso, o Rio pode ter até 40 mil casos no início de junho, segundo previsão da própria Prefeitura.
Crivella não revelou detalhes da conversa que teve ontem em Brasília com Bolsonaro, de quem vem se aproximando nos últimos meses de olho na eleição municipal. Voltou, porém, a demonstrar alinhamento com o presidente, como no caso de considerar as igrejas serviços essenciais – o prefeito é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.
“Vamos falar sobre igrejas. A Prefeitura nunca legislou sobre templos religiosos, e é a Prefeitura que deve legislar porque é ela quem concede o alvará e fiscaliza”, apontou, antes de defender o funcionamento de templos com distanciamento de dois metros entre os fiéis, uso de máscaras e transmissão pela internet para que idosos possam acompanhar missas ou cultos de casa. “As igrejas foram consideradas, pelo governo federal, atividades essenciais. E são.”
Nas últimas semanas, a Prefeitura vinha adotando fechamentos mais radicais em alguns pontos da cidade, como em praças e calçadões populares de bairros das zonas oeste e norte. Essas medidas estão em vigor até o próximo dia 25, ou seja, segunda-feira da semana que vem.
Segundo Crivella, é preciso que a população entenda que as iniciativas de restrição estão fazendo efeito, a fim de que não haja um aumento na circulação. Disse, no entanto, que também é preciso demonstrar a setores da Economia que há um plano de retorno às atividades.
No âmbito estadual, o governo de Wilson Witzel já apresentou um plano mais elaborado, chamado de Pacto Social Pela Saúde e Pela Economia, que estabelece bandeiras para avançar rumo a uma futura abertura.
A bandeira vermelha fica em vigor enquanto a taxa de ocupação de leitos de UTI for superior a 90%. A amarela será usada quando a taxa estiver entre 70% e 90%, representando uma flexibilização. Já a verde significa a normalização, “que só se configurará quando houver taxa de ocupação de leitos de UTI inferior a 70% e evolução negativa de novos casos.”
Por Caio Sartori
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