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Juros caem com alívio no câmbio e no risco político após reunião de governadores

Os juros futuros fecharam a quinta-feira, 21, em queda firme. Alguns fatores contribuíram para o fechamento da curva sendo o principal deles a leitura da reunião do presidente Jair Bolsonaro com chefes do Legislativo e governadores, vista como um sinal de trégua nas tensões políticas que envolvem a ajuda do governo federal aos Estados. O dia favorável a moedas de economias emergentes, com o real liderando os ganhos, e declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na quarta à noite, também responderam pela queima de prêmios.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2021 tinha nova mínima histórica, a 2,485%, ante 2,543% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2022 encerrou com taxa de 3,36%, de 3,421% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2027 caiu de 7,613% para 7,43%.

Na ponta curta, os níveis mais baixos do dia foram atingidos em função da aceleração da queda do dólar, que chegou a operar na casa dos R$ 5,55 nas mínimas à tarde. Na quarta, Campos Neto disse que, se for necessário, o BC pode elevar as atuações no mercado de câmbio, o que foi lido como indicativo de que a pressão cambial não necessariamente é um empecilho para mais afrouxamento da política monetária.

Nos DIs longos, as mínimas vieram com declarações positivas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a reunião com Bolsonaro e governadores, que ele classificou como “boa”. No Twitter, o deputado afirmou que o evento foi uma importante sinalização de união. “Essa unidade vai criar, com certeza, todas as condições para que, em um segundo momento, possamos tratar a pós-pandemia, a nossa recuperação econômica e a recuperação dos empregos dos brasileiros”, escreveu.

Maia deu ainda uma sinalização de esperança para as reformas, ao dizer que a Câmara tentará retomar a comissão mista do texto tributário.

Na reunião da manhã, Bolsonaro pediu a governadores que apoiem o veto que pretende fazer ao projeto de socorro a Estados e municípios para proibir que o funcionalismo tenha reajustes até o fim de 2021. Com isso, Bolsonaro deve sancionar “entre hoje e amanhã” (quinta ou sexta-feira) o projeto, que chega a R$ 60 bilhões.

“Havia uma preocupação bem relevante sobre a sintonia ou a falta de sintonia entre Bolsonaro e governadores. A reunião mostrou que todos estão caminhando no mesmo sentido, o que é importante neste momento e gera uma boa sinalização em termos fiscais”, disse o analista da Guide Investimentos, Henrique Esteter.

Por Denise Abarca e Karla Spotorno

Estadão Conteúdo

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