A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, ampliou os ganhos nesta quinta-feira, 21, e fechou com alta de 2,10% aos 83.027,09 pontos – pela primeira vez desde o dia 29 de abril. Os ganhos da sessão são resultado do possível alinhamento entre governos federal e estaduais. O dólar também foi beneficiado e fechou com queda de 1,88%, a R$ 5,5818 – menor valor desde o dia 4 de maio, quanto terminou a R$ 5,5208.
A reação positiva do mercado se deve a reunião desta quinta, na qual o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a sancionar “o mais rápido possível” o projeto de socorro financeiro para Estados e municípios para apoio no combate a pandemia do novo coronavírus, após receber aval dos governadores para vetar o aumento ao funcionalismo público.
O cenário aparentemente estável do cenário político do País fortaleceu o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, que pela vez desde 30 de abril superou o patamar dos 83 mil pontos ao subir aos 83.308,96 pontos. Nem mesmo os resultados negativos das Bolsas de Nova York interferem na B3 nesta quinta, que na mínima do dia cedia apenas aos 81.317,11 pontos.
Também deu novo impulso ao mercado brasileiro, os relatos da mídia chinesa, de que o país asiático poderá impor inspeções alfandegárias mais rígidas ao minério de ferro da Austrália. Se confirmada, a medida pode favorecer as exportações brasileiras.
Câmbio
O dólar abriu em alta nesta quinta e voltou a atingir o patamar de R$ 5,70. Porém, com o cenário local favorável, a moeda passou a cair abaixo de R$ 5,60 e na mínima do dia era cotada a R$5,5582. Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, o dólar turismo é negociado abaixo de R$ 5,85.
Favorece o câmbio nesta quinta, as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na última quarta-feira, 20, de que o órgão tem amplo espaço para realizar a venda de reservas internacionais e que pode ampliar sua autação no câmbio, caso seja necessário.
Cenário internacional
O mercado americano sentiu nesta quinta, o peso da declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell. Em evento virtual, ele destacou a incerteza sobre o futuro, com os problemas gerados pela desaceleração atual, “sem precedentes”.
A esse cenário, ainda se soma o aumento das tensões entre Estados Unidos e China, após Donald Trump criticar por repetidas vezes, a forma como Pequim tem lidado com o coronavírus. Na quarta-feira, 20, Trump voltou a culpar os chineses pela pandemia, ao dizer que “foi a incompetência da China, e nada mais, que causou esse massacre em todo o mundo”, em sua conta oficial no Twitter. A expectativa fica sobre como o país asiático vai reagir às novas amealças.
Já na Europa, o índice de gerente de compras (PMI composto) do Reino Unido subiu de 13,8 em abril a 28,9, mas ainda abaixo da previsão de 33,0 dos analistas. O indicador foi fortalecido pelo relaxamento da quarentena em 13 de maio e também pela sensação do mercado de que o pior já pode ter passado. No entanto, as tensões entre as duas maiores potências da atualidade pesou no velho continente e o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,75%.
Bolsas do exterior
O receio de que os americanos possam aplicar novas restrições aos chineses, derrubou as Bolsas da Ásia. O Nikkei caiu 0,21% em Tóquio, enquanto na China continental, o Xangai Composto recuou 0,55% e o Shenzhen Composto teve queda de 0,95%. Em outras partes da Ásia, o Hang Seng caiu 0,49% em Hong Kong, mas o Kospi subiu 0,44% em Seul e o Taiex registrou alta de 0,92% em Taiwan. Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho e o S&P/ASX 200 recuou 0,41% em Sydney.
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