A Aliansce Sonae (ALSO3) divulgou nesta quarta-feira (20), após o fechamento dos mercados, os seus resultados referentes ao primeiro trimestre. Os números foram bastante afetados pela Covid-19, com descontos nos aluguéis dos lojistas em março, abril e maio, e com redução de custos de condomínio e promoção.
O resultado veio regular e em linha com as expectativas, com destaque para a contenção de custos e de despesas. A companhia apresentou dados operacionais somente até o dia 15 de março, período em que os shopping centers ainda estavam abertos. Mesmo assim, o desempenho de vendas mesmas lojas foi regular com crescimento de 3%.
O destaque positivo foi a menor despesa financeira, que caiu 51,4% devido à menor taxa de juros vigente e auxiliou no aumento de 82% no lucro líquido no período. Além desta linha, o aumento na margem Ebitda de 69,55 para 68,7% também foi positivo.
Já o destaque negativo ficou por conta do aumento da inadimplência para 5,55 (3,35 no primeiro trimestre de 2019) e do aumento da vacância para 4,35.
Os números apresentados foram regulares e esperamos impacto neutro no preço das ações no curto prazo. Diante do cenário atual, são as notícias relacionadas à quarentena e a disseminação da Covid-19 que vem “fazendo preço” das ações de shoppings.
No ano as ações ALSO3 seguem pressionadas e registram forte queda de 52,6%, desempenho inferior ao do Ibovespa que recua 29,7%.
O custo operacional dos shopping centers foi reduzido em 20% para se ajustar ao cenário da quarentena da Covid-19.
O Lucro Operacional dos Shoppings – medido pelo NOI – foi de R$ 186 milhões neste primeiro trimestre, registrando crescimento de 4% na comparação anual, enquanto o reajuste no aluguel das mesmas lojas registrou alta de 6,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2019.
A partir desses números da operação, a empresa consolidou um Ebitda Ajustado de R$ 153,2 milhões no período, o que representa um incremento de 3,6% na comparação com os três primeiros meses do ano passado, e ganhos de 0,8 pontos percentuais na sua margem Ebitda.
O lucro líquido ajustado por itens que não afetam o caixa (FFO) foi de R$ 89 milhões, 1,9% acima no resultado apresentado no mesmo período do último ano.
Os resultados foram fortemente impactados pelo fechamento das suas unidades a partir de 15 de março. A companhia concedeu 50% de desconto no aluguel de março e 100% no de abril, medidas para atenuar a situação financeira dos lojistas, mas com impacto direto nos seus resultados do primeiro e até mesmo do segundo trimestres de 2020.
A companhia tem sólida posição de caixa de R$ 1,5 bilhão, com baixo nível de endividamento medido pela relação dívida líquida/Ebitda de 0,9 vezes. Os vencimentos de dívida no curto prazo (12 meses) somam apenas R$ 61 milhões.
O catalisador das ações ALSO3 segue sendo a duração da quarentena nos grandes centros, bem como o ritmo de recuperação na confiança do consumidor e nas vendas do varejo físico.
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