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Mais apoio fiscal pode ser necessário, se fraqueza econômica perdurar, diz Fed

Na mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), realizada nos dias 28 e 29 de abril, os dirigentes da instituição avaliaram que mais apoio fiscal pode ser necessário, se a fraqueza econômica causada pela pandemia de coronavírus perdurar.

No documento, divulgado nesta quarta-feira, a equipe da autoridade monetária avaliou que o desempenho da economia vai depender da evolução da pandemia, mas que a volatilidade nos mercados acionários diminuiu.

A equipe também afirmou que a demanda global por dólares estava forte, o que pressionou os mercados no curto prazo. Já a incerteza com a covid-19 foi classificada como “extremamente elevada”.

O cenário pessimista, segundo a equipe do Fed, contempla uma segunda onda de infecções por coronavírus. “Esse cenário não é menos plausível que o cenário-base”, disseram.

Já as condições no mercado monetário e nos mercados de bônus e empréstimos melhoraram, segundo avaliação da equipe.

Queda na atividade

A ata da reunião do Federal Reserve destacou também que a atividade das empresas e o investimento destas “recuaram dramaticamente”, diante do choque causado pela pandemia de coronavírus. Houve forte queda na produção industrial em março e os dirigentes esperavam recuo ainda maior em abril, mostra o documento.

Os programas anunciados e executados pelo Fed ajudaram a manter o fluxo de crédito para as empresas e também para pessoas físicas e governos estaduais e locais, aponta a ata, além de apoiar o funcionamento mais suave dos mercados financeiros.

Muitas empresas tiveram de fechar suas portas por causa da pandemia e das medidas para conterá disseminação da covid-19, diz a ata. Naquelas que ficaram ao menos em parte abertas, houve também um choque importante com a emergência de saúde, seja na queda na demanda ou em problemas na cadeia de produção.

Os dirigentes citam também que é “apropriado” continuar com as compras de bônus, a fim de apoiar o crédito para as empresas e também as famílias. Ao mesmo tempo, mostram o temor de que, com o choque, muitas pequenas empresas não aguentem, especialmente se o impacto for duradouro.

Por Iander Porcella, André Marinho e Gabriel Bueno da Costa

Estadão Conteúdo

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