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Petrobras registra prejuízo líquido de R$ 48,5 bilhões no primeiro trimestre 

(Foto: Divulgação)

A Petrobras (PETR3, PETR4) divulgou o resultado do primeiro trimestre de 2020 nesta quinta-feira (14), após o fechamento do mercado. Os números vieram bons e acima das expectativas em termos de receita e Ebitda e abaixo do esperado na última linha, cujo resultado foi um prejuízo líquido de R$ 48,5 bilhões.

Contudo, o número foi afetado por uma revisão no valor dos ativos (impairment) de R$ 63 bilhões proveniente da revisão das estimativas de preços do Brent no longo prazo no contexto global pós-coronavírus.

O destaque positivo foram as exportações de petróleo, cuja receita alcançou R$ 24,7 bilhões registrando um aumento de 42% na comparação anual e de 7,1% na comparação trimestral. O Ebitda recorrente de R$ 36,9 bilhões também foi bom e superou as expectativas, crescendo 27,7% na comparação com o primeiro trimestre de 2019 e ficando praticamente estável com relação ao quarto trimestre de 2019.

Já o destaque negativo foi o prejuízo líquido no período de R$ 48,5 bilhões, bastante afetado pelo impairment. Considerando a forma recorrente do resultado, o prejuízo teria sido de R$ 5,8 bilhões, ainda assim abaixo do esperado.

Embora o resultado na última linha possa parecer desastroso, as linhas de Ebitda e receita foram surpreendentemente positivas e devem prevalecer na interpretação dos resultados pelo mercado.

Esperamos impacto positivo no preço das ações da Petrobras (PETR3/PETR4) no curto prazo, pois a companhia mostrou certa resiliência neste “primeiro capítulo” de pandemia e provou estar colocando em prática o seu compromisso de aumentar o retorno sobre o capital investido.

No ano as ações PETR4 apresentam queda de 42,3%, desempenho inferior à queda de 31,7% do Ibovespa.

A empresa reportou uma receita líquida de R$ 75,46 bilhões, um incremento de 6,5% ante o mesmo período de 2019. Este resultado, bem como o aumento do Ebitda, é bastante positivo pois demonstra que a companhia conseguiu elevar sua produção e num nível bem mais eficiente, dado que o preço médio do Brent no primeiro trimestre de 2020 foi de US$ 50, número 20,5% inferior ao patamar do primeiro trimestre de 2019 e quarto trimestre de 2019.

A margem Ebitda do segmento de exploração e produção saltou de 59% no primeiro trimestre de 2019 para 68% neste primeiro trimestre de 2020, com o custo médio de extração na camada do pré-sal caindo mais de 10% com relação ao quarto trimestre de 2019.

Além do impairment, o resultado final foi impactado pela maior despesa financeira, que totalizou R$ 21,1 bilhões, número bem acima dos R$ 8,4 bilhões do primeiro trimestre do ano passado. O aumento foi por conta do efeito cambial no serviço da dívida.

A dívida líquida saiu de US$ 78,8 bilhões no fechamento do ano passado para US$ 73,1 bilhões no final de março/20. Essa redução da dívida é explicada pela retirada de Linhas de Crédito Compromissadas para reforço de caixa para aumentar a liquidez neste cenário mais desafiador. Com isso, a relação dívida líquida/Ebitda fechou primeiro trimestre de 2020 em 2,73 vezes, levemente acima dos 2,46 vezes de 2019.

Na avaliação de analistas, a Petrobras demonstrou em números que está executando bem as diretrizes estabelecidas na sua estratégia para o quadriênio 2020-2024. Mesmo que não consiga alcançar todas as metas devido à pandemia e o cenário para o petróleo daqui para a frente, os recentes esforços demonstram que ela está bem preparada para enfrentar a crise atual.

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