Economia

Mercados internacionais apresentam piora diante cenário de recuperação lenta da economia

Mercados de todo o mundo apresentam queda generalizada após previsões de recuperação lenta da economia. A Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou na madrugada desta quinta-feira, 13, um relatório em que prevê a contração do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em “um pouco superior” a 4%.

A entidade, sediada em Paris, prevê reduções particularmente acentuadas na Europa (-7,5% para a zona do euro), Estados Unidos (-6,1%), Japão (-5,2%) e América Latina (-5,2%)

A AIE não acredita que o crescimento econômico mundial retornará à sua tendência histórica imediatamente. “As economias domésticas sofreram um grande choque, muitas empresas entraram em colapso e o desemprego saltou para um nível nunca visto desde os anos 30”, afirmou a agência. “Espera-se que o colapso do comércio mundial, as interrupções nas cadeias de suprimentos globais, a fuga para a segurança nos mercados financeiros e uma queda acentuada na confiança dos consumidores e das empresas afetem a atividade econômica futura”, conclui o relatório.

Ásia e Oceania
As bolsas asiáticas fecharam em baixa generalizada nesta quinta-feira, após comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, gerar preocupações de que a recuperação da economia global da pandemia de coronavírus seja mais lenta do que se esperava.

Em discurso que mobilizou a atenção de investidores na quarta-feira, 12, Powell disse que a “trajetória adiante é não apenas altamente incerta como está sujeita a significativos riscos negativos”, alertando sobre a possibilidade de uma recessão pior do que qualquer outra desde a Segunda Guerra Mundial, em consequência do impacto econômico da covid-19, como é conhecida a doença causada pelo vírus.

Powell também pediu mais estímulos fiscais, sugerindo que o poder de fogo monetário do Fed pode não ser suficiente para conter estragos maiores, e descartou a possibilidade de o BC americano adotar juros negativos, hipótese que vinha sendo aventada nos mercados.

Na China continental, o índice Xangai Composto terminou o pregão desta quinta em queda de 0,96%, a 2.870,34 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,94%, a 1.805,70 pontos.

Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei caiu 1,74% em Tóquio, a 19.914,78 pontos, o Hang Seng cedeu 1,45% em Hong Kong, a 23.829,74 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 0,80% em Seul, a 1.924,96 pontos, e o Taiex registrou perda de 1,44% em Taiwan, a 10.780,88 pontos.

Ao longo desta semana, os negócios também têm sido pressionados por evidências de que países da região asiática, incluindo China e Coreia do Sul, enfrentam uma segunda onda de infecções por coronavírus, após suspenderem parte de suas medidas de isolamento.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou igualmente no vermelho, reagindo também a dados fracos do mercado de trabalho local, que eliminou 600 mil empregos em abril. O S&P/ASX 200 caiu 1,72% em Sydney, a 5.328,70 pontos.

Europa
As bolsas europeias operam em baixa no começo do pregão desta quinta-feira, diante da persistente ansiedade com uma segunda onda de infecções por coronavírus em alguns países e após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, acabar ontem com esperanças sobre uma rápida recuperação econômica. Às 4h15 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,28%, a de Frankfurt recuava 1,10% e a de Paris se desvalorizava 1,19%. Já em Milão, Madri e Lisboa, as perdas eram de 0,65%, 0,62% e 1,81%, respectivamente.

Petróleo
Os contratos futuros de petróleo ampliaram ganhos após a AIE reduzir suas projeções de queda na demanda global por petróleo tanto no segundo trimestre como em 2020 de modo geral, em relatório mensal divulgado nesta quinta-feira. Às 5h27 (de Brasília), o barril do petróleo WTI para julho subia 3,66% na Nymex, a US$ 26,62, enquanto o do Brent para o mesmo mês avançava 3,36% na ICE, a US$ 30,17.

Na quarta-feira, o petróleo foi pressionado por projeção desfavorável para demanda da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e por comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell. / Com informações da Dow Jones Newswires

Estadão Conteúdo

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