O resultado do primeiro trimestre de 2020 da SulAmérica (SULA11) veio abaixo das expectativas em termos de lucro líquido, que totalizou R$ 79,8 milhões, queda de 64,3% em relação ao mesmo período de 2019. O índice de sinistralidade veio mais alto que o esperado e também surpreendeu negativamente.
O principal ponto positivo foi a receita operacional que totalizou R$ 5,6 bilhões, crescimento de 7,2%, mantendo o mesmo ritmo de crescimento dos últimos anos.
Do lado negativo, a sinistralidade consolidada da companhia voltou a aumentar, crescendo para 82,5%, aumento de 3,1 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2019. Este patamar para a porcentagem de sinistros é o maior desde o primeiro trimestre de 2015, quando a companhia havia atingido 84,4% de sinistros.
Outro ponto negativo foi a rentabilidade do portfólio de ativos próprios: 47,5% do CDI no trimestre em comparação a 122,3% no primeiro trimestre de 2019.
Analistas esperam impacto negativo no preço das ações (SULA11) no curto prazo, pois parte da queda de rentabilidade da companhia, com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recuando para 15,3%, não estava incorporada ao preço das ações. No entanto, a visão para médio e longo prazo para a empresa (e também para o setor) é muito positiva.
A receita operacional totalizou R$ 5,6 bilhões, crescimento de 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior enquanto a carteira de beneficiários de planos de saúde e planos odontológicos cresceu 12,1% em relação a março de 2019.
Por outro lado, ainda que represente uma parcela pequena do portfólio de ativos próprios, a parcela alocada em renda variável (1,2%) causou um resultado bruto negativo de R$ 72 milhões.
Com isso, o resultado financeiro apresentou queda de 77% no trimestre. Este foi um dos motivos para a forte queda do lucro líquido no período.
A venda de divisão de seguros de automóveis para a Allianz segue dentro do cronograma e deve ser concluída no terceiro trimestre de 2020.
Em relação às perspectivas para o segundo trimestre e para o ano de 2020, a companhia afirmou que tem percebido importante redução nas frequências de procedimentos eletivos (principalmente consultas, exames e internações) desde o fim de março, o que pode reduzir os índices de sinistralidade no curto prazo. Por outro lado, uma parte relevante desses procedimentos pode estar represada e deve ser retomada em algum grau após o término dos períodos de quarentena nas regiões onde estão seus beneficiários.
Apesar do resultado negativo no trimestre, a boa notícia é que o segmento de seguros-saúde é bem mais rentável do que o de seguros automotivos. Ao se livrar desse último, a empresa abre caminho para voltar a ampliar seus lucros de forma mais acelerada após a superação do Covid-19.
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