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Após bater recorde, dólar recua e fecha a R$ 5,81; Bolsa encerra aos 79 mil pontos

(Foto: Shutterstock)

Após encostar perto dos R$ 6, o dólar recuou no final da tarde desta quinta-feira, 14, e fechou cotado a R$ 5,8193, uma queda de 1,38% – valor bem abaixo dos R$ 5,9008 do fechamento do dia anterior. Já a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, retomou o fôlego e encerrou com alta 1,59%, aos 79.010,81 pontos. Influenciam o mercado brasileiro hoje, indicadores negativos da economia dos Estados Unidos e o cenário político do País.

Nesta quinta, a moeda abriu com alta de 0,40%, cotada a R$ 5,9243. Pouco tempo após a abertura, ela acelerou o ritmo de valorização e subiu a R$ 5,9438. A máxima do dia, no entanto, veio às 11h01, quando o dólar registrou ganho de 1,20%, sendo negociado a R$ 5,9718 – o valor marca um novo recorde nominal, quando não se desconta a inflação, para uma cotação.

Como resultado do movimento de apreciação, a moeda já acumula valorização superior a 47% desde o início de 2022. Em resposta, o real já é a moeda que mais se desvaloriza entre os principais emergentes, na comparação com o dólar. Para se ter uma ideia, até abril, o dólar avançou apenas 29% no México, 17% na Turquia e 32% na África do Sul.

Já a Bolsa chegou a atingir queda de 2,66% nesta quinta, aos 75.705,85 pontos, após o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, iniciar o pregão com recuo de 1,06%, aos 76.944,63 pontos. Logo na abertura, pesou sobre a B3 o movimento de queda das bolsas da Europa e Ásia – contudo, no final da tarde, ela reverteu timidamente as perdas com uma alta inferior a 1%, em sintonia com os ganhos das Bolsas de Nova York. Na máxima do dia, a Bolsa subia aos 78.729,89 pontos, uma alta de 1,23%.

Nesta quinta, o mercado local foi duramente afetado pela número de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que apesar da queda de 195 mil, ficou em 2,981 milhões na semana encerrada em 9 de maio. O resultado veio acima das previsões dos analistas consultados pelo Wall Street Journal, que traçavam um número em torno de 2,7 milhões de solicitações.

Porém, apesar das notícias vindas do exterior, ainda afeta o investidor as idas e vindas em Brasília, sobre as acusações de Sérgio Moro de uma possível interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Nesta quinta, o ex-ministro pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, a divulgação integral do vídeo, ou ao menos que “sejam publicadas todas as falas do presidente durante a tal reunião”.

Cenário local
Em relação ao cenário fiscal, deputados e senadores aprovaram em sessão do Congresso, na quarta à noite, projeto que autoriza a recomposição salarial das polícias do Distrito Federal. Com custo estimado de R$ 505 milhões por ano, a proposta prevê a possibilidade de reajuste para carreiras custeadas pelo Fundo Constitucional do DF. O texto também contempla pagamentos retroativos a janeiro de 2020 e vai na contramão do congelamento de salários de servidores defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e previsto no projeto de auxílio emergencial a Estados e municípios.

Fica no radar ainda eventual desdobramento dos exames de covid-19 apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro ao STF. Um dos três exames de covid-19 apresentados por Bolsonaro não possui CPF, RG, data de nascimento nem qualquer outra informação que vincule o laudo médico ao chefe do Executivo ou a qualquer outra pessoa. No papel da Fiocruz, atribuído pela Advocacia-Geral da União (AGU) a Bolsonaro, aparece apenas uma identificação de nome: “Paciente 05”. O mesmo não ocorre nos outros dois laudos, feitos pelo laboratório Sabin.

Cenário internacional
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta que “é um ótimo momento para se ter um dólar forte”, agora que as taxas de juros estão baixas, embora o comércio tenda a ser prejudicado.

Em entrevista à Fox Business, Trump disse também esperar que a economia americana comece a se recuperar no terceiro trimestre, à medida que mais Estados do país reabram sua economia, após o período de bloqueios causado pela pandemia de coronavírus.

Bolsas do exterior
Na China continental, o índice Xangai Composto terminou em queda de 0,96% e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,94%. O japonês Nikkei caiu 1,74% em Tóquio, o Hang Seng cedeu 1,45% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 0,80% em Seul, e o Taiex registrou perda de 1,44% em Taiwan. Na Oceania, a bolsa australiana ficou igualmente no vermelho e o S&P/ASX 200 caiu 1,72% em Sydney./ SERGIO CALDAS, LUÍSA LAVAL e MAIARA SANTIAGO

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