Categories: Economia

Medidas adicionais podem ser necessárias para evitar mais impactos, diz Powell

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, disse nesta quarta-feira, 13, que “medidas adicionais podem ser necessárias” para evitar ainda mais impactos econômicos da pandemia. A fala vem em meio às discussões no mundo financeiro sobre as possibilidades de atuação da autoridade dos Estados Unidos para enfrentar a recessão iminente, em um contexto de juros na faixa entre 0% e 0,25%.

Em conferência do Instituto Peterson de Economia Internacional (PIIE, na sigla em inglês), o banqueiro central destacou que o tamanho e a velocidade da crise não têm precedentes na história moderna, com “severo declínio na atividade econômica e no emprego”. “Continuaremos a usar nossas ferramentas até que crise seja superada”, defendeu.

“A crise pode levar a período de baixa produtividade e estagnação de renda”, disse o presidente do Fed. “Tempos prolongados de desemprego deixam impactos negativos por anos”, completou.

Powell aproveitou para fazer um novo chamamento à política fiscal, cujas iniciativas, para ele, podem ser custosa, mas são válidas para evitar prejuízos à atividade. Ele disse que não pode tomar posição sobre medidas dessa seara, mas ponderou que é preciso voltar a um caminho fiscal sustentável após a crise. “Tempo para ajustar campo fiscal é em momentos de crescimento econômico”, ressaltou.

O banqueiro central dos EUA, contudo, enfatizou que as ferramentas emergenciais adotadas pelo BC americano serão extintas com o fim da crise, um momento que, para ele, pode demorar. “O problema de liquidez pode se tornar crise de solvência”, alertou Powell. “Vai levar algum tempo para voltar para onde estávamos antes da crise. Economia deve ter recuperação sustentável quando vírus estiver controlado”, completou, ressaltando que a retomada pode demorar mais tempo do que ele gostaria.

Juros negativos

Powell afirmou que a autoridade monetária não está considerando, no momento, a implementação de juros negativos nos Estados Unidos e que a crise provocada pelo coronavírus não mudou as visões dos dirigentes sobre o tema.

Ele lembrou que, durante a crise financeira global, o Fed preferiu outros ferramentas, entre eles o “foward guidance” e compra de ativos. “E nós já dissemos que pretendemos continuar usando essas ferramentas”, afirmou.

Na avaliação de Powell, não existe um consenso sobre a eficácia de juros negativos em corrigir desequilíbrios econômicos. “Na reunião de outubro, nós revisitamos essa questão e a minuta (do encontro) diz que todos os participantes julgam que juros negativos não parecem ser uma política atrativa no momento”, ressaltou.

Por André Marinho e Eduardo Gayer

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Plano Estratégico da Petrobras viabiliza 315 mil empregos diretos e indiretos, diz presidente

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta sexta-feira, 22, que os negócios previstos no…

15 minutos ago

Terminal de contêineres de R$ 1,6 bi em Pernambuco terá porte para competir com Porto de Santos

A APM Terminals Suape lança nesta sexta-feira sua pedra fundamental no Complexo Industrial Portuário de…

34 minutos ago

Itaú vai estabeler que Pix por WhatsApp tenha limite de R$ 200 por dia na fase inicial

O Itaú Unibanco vai estabelecer um limite diário de R$ 200 para que os clientes…

42 minutos ago

Latam corrige: vai operar 700 voos domésticos por dia no Brasil em 2025

A Latam corrigiu a informação sobre o número de voos domésticos previstos por dia para…

1 hora ago

BNDES aprova financiamento de R$ 363,8 milhões para Grupo Hypera Pharma

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta sexta-feira, 22, ter aprovado…

2 horas ago

Na Alemanha, Scholz pode buscar 2º mandato como chanceler após ministro descartar disputa

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, está livre e com caminho aberto para buscar o…

2 horas ago