Um estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, divulgado nesta quarta-feira, 13, estimou que o custo do isolamento social para economia é de R$ 20 bilhões por semana. Segundo o documento, os custos imediatos foram estimados a partir de um levantamento detalhado de informações para os 128 produtos da Tabela de Recursos e Usos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo afirma que os impactos econômicos são diretamente relacionado à determinação do isolamento social e podem ser decompostos em três pontos: impacto imediato diante das restrições à produção e ao consumo; duração do período de recuperação; impacto sobre a trajetória de longo prazo da economia.
No caso do efeito sobre a trajetória de longo prazo da economia, o documento alerta que as projeções podem ser muito piores caso a paralisação dure por um período maior do que até 31 de maio.
Atualmente, a previsão é de reduções estruturais no nível do Produto Interno Bruto (PIB) de longo prazo de 5%, em comparação com o cenário de nenhum impacto no longo prazo, o que diminuiria o PIB semanalmente em m quase R$ 5,0 bilhões no segundo semestre e em R$ 7,5 bilhões em 2021, considerando o cenário de retomada cíclica até o segundo trimestre do ano que vem.
Em caso de queda de 10% do PIB do PIB de longo prazo, as reduções semanais do PIB seriam de R$ 10 bilhões e R$ 14,1 bilhões para o segundo semestre de 2020 e para todo ano de 2021, respectivamente.
“Mais uma vez é necessário destacar que se considerou como hipótese base o caso de fim do período de isolamento social em 31 de maio de 2020. Caso o isolamento seja estendido os resultados seriam muito piores, e quanto maior a extensão do isolamento mais lenta deve ser a recuperação e pior a trajetória de longo-prazo, diante do aumento do impacto no endividamento da economia, e da falência de empresas e destruição de empregos”, diz a nota da SPE.
Assim, a SPE destaca que os efeitos da quarentena não se dão somente para o período em que vigora, mas tem efeitos para os trimestres e anos posteriores
Medidas tempestivas
O estudo divulgado SPE do Ministério da Economia destaca que é necessário que as medidas econômicas sejam tempestivas para limitar efeitos de longo prazo da quarentena, como o efeito negativo no PIB potencial. Assim, a secretaria observa que as medidas econômicas devem preservar empregos e manter negócios abertos.
Diante da incerteza, a SPE analisou cinco cenários alternativos de perda de produto para estimar o potencial impacto econômica de longo prazo da pandemia, de queda de 10%, 7,5%, 5%, 2,5% e 0% sobre o produto per capita de longo prazo.
Considerando que os impactos da pandemia se limitem ao segundo trimestre deste ano e a economia volte rapidamente à tendência de crescimento anterior, a redução do PIB neste ano estaria entre 0,9% e 2,0%, estima a SPE, com forte retomada em 2021.
No entanto, considerando queda superior a 7,5% da tendência do PIB de longo prazo e retomada pelo menos até o final deste ano, a retração será superior a 5,0% com baixo crescimento em 2021, pondera.
Na nota, a SPE observa que o ineditismo da crise atual traz dificuldades adicionais, uma vez que o crescimento passou a depender da evolução da crise sanitária e que a paralisação nunca vista da atividade dificulta a estimar cenários prospectivos. O estudo ainda cita que o ambiente de incerteza também é reforçado com o “o risco de que medidas fiscais necessárias no curto prazo se tornem um problema no longo prazo”.
O documento ainda destaca que a retração gera perdas do sistema produtivo que não serão recuperadas.
Por Thaís Barcellos e Lorenna Rodrigues
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