Economia

Dólar fecha em novo recorde, a R$ 5,86; Bolsa encerra aos 77 mil pontos

O dólar teve mais um dia de escalada nesta terça-feira, 12, impactado pelo conturbado cenário político nacional entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro e pelos resultados negativos vindos do exterior. Como resultado, a moeda fechou com novo recorde nominal, quando não é considerada a inflação, a R$ 5,86, uma alta de 0,82%. A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, também foi pressionada e fechou na mínima do dia, com queda de 1,51%, aos 77.871,95 pontos.

A moeda americana começou o dia com queda de 0,36%, a R$ 5,80 – valor não muito diferente do dia anterior, quando fechou cotado a R$ 5,82. Ainda pela manhã, impactado pela desvalorização das Bolsas do exterior, o dólar tornou a cair e chegou a ser cotado a R$ 5,74, na mínima do dia.

Foi no final da tarde que a moeda tornou a subir e viveu uma nova escalada. Às 15h36, o dólar era negociado a R$ 5,88, uma alta de 1,06%. O valor não apenas foi a máxima do dia, como também marca um novo recorde nominal para uma cotação. Nesse cenário de valorização, o dólar já tem uma apreciação de 45% em 2020 e de 7,4% em abril, frente ao real. Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, os valores do dólar turismo variam entre R$ 5,91 e R$ 6,03.

Já a B3 começou o dia com alta de 0,82%, aos 79.767,02 pontos – no fechamento anterior, a queda foi de 1,49%, aos 79.064,60 pontos. Ao longo da manhã, acompanhando um breve momento da alta das Bolsas de Nova York, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro subiu 1,51%, aos 80.261,46 pontos.

No entanto, o movimento de alta não durou muito tempo e com os resultados negativos do exterior, a Bolsa brasileira tornou a cair. No final da tarde, às 15h, o índice recuava 0,33%, aos 78.803,87 pontos. Com os números negativos das ultimas sessões, a B3 já acumula perda de 1,79% no mês e de 31,63% no ano.

Pesou sobre o mercado nesta segunda, a divulgação, para um número seleto de investigadores, do vídeo da reunião ministerial entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sérgio Moro, na qual ele cobra por intervenções dentro da Polícia Federal. Segundo os investigadores, o vídeo “é devastador para Bolsonaro” e “confirma integralmente” as declarações do ex-juiz contra o presidente.

Contexto local
Os negócios do dia foram impactados pela piora da atividade interna, que foi confirmada pela queda recorde no setor de serviços. Com o fechamento obrigatório de estabelecimentos de serviços não essenciais, o volume de serviços prestados caiu 6,9% em março ante fevereiro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça.

Além de serviços, outro setor que continua acumulando perdas com o coronavírus é o turismo, que já perdeu R$ 62,56 bilhões desde o início da pandemia, segundo calculou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O levantamento considera um período de quase dois meses: de 15 de março, poucos dias após a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar oficialmente estado de pandemia, até o último dia 10 de maio.

Os agentes do mercado olharam também para a ata do Copom. No documento, o Banco Central reitera a intenção de promover novo corte da Selic (a taxa básica de juros) em junho, de até 0,75 ponto porcentual. Ao mesmo tempo, o BC ressaltou que os próximos passos da política monetária dependerão do andamento da pandemia do novo coronavírus. Na semana passada, o Copom reduziu a Selic em 0,75 ponto porcentual, de 3,75% para 3,00% ao ano – menor nível histórico.

Ainda em relação ao vírus, a Câmara aprovou nesta terça, uma medida provisória que vai liberar o saldo remanescente do Fundo de Reservas Monetárias (FRM), de cerca de R$ 8,6 bilhões, para a compra de matériais voltados para o combate ao vírus. Já o Ministério da Economia confirmou que o auxílio emergencial de R$ 600 não será mantido depois da pandemia.

Mercados internacionais
Após os mercados internacionais terem desempenhos positivos em meio ao relaxamento de medidas de isolamento social em países da Europa e da Ásia, as Bolsas de ambos os continentes têm um dia mais estressante nas cotações nesta terça-feira, 12, com a Ásia em queda e Europa abrindo com recuo e se recuperando ao longo do pregão, por conta de uma possível nova onda de contaminações nas duas regiões, que haviam registrado queda nos novos casos do novo coronavírus, causador da covid-19./FELIPE SIQUEIRA, LUÍSA LAVAL E MAIARA SANTIAGO.

Estadão Conteúdo

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