O dólar opera em baixa no mercado doméstico nesta terça-feira, alinhado à desvalorização generalizada no exterior. Operadores de câmbio afirmam que o recuo é moderado em meio à cautela com a atividade econômica local e perspectivas de corte adicional da Selic.
Pesam no sentimento a deflação mostrada pelo IGP-M (-0,32%) e o IPC-Fipe (-0,40%) nas primeiras prévias de maio, além da queda do volume de serviços em março no País, de 6,90% ante fevereiro – mais forte que mediana das projeções do mercado de -6,00% (intervalo de -18,10% a -0,70%). O volume de serviços também teve recuo interanual, de 2,7%, mais intenso que a mediana de -2,15%.
Além disso, na ata do Copom, divulgada mais cedo, o BC avalia que “os poucos dados disponíveis para o mês de abril já mostram “evidência suficiente de que a economia sofrerá forte contração no segundo trimestre deste ano”.
O Banco Central reiterou ainda a intenção de promover novo corte da Selic e ressaltou que os próximos passos da política monetária dependerão do andamento da pandemia do novo coronavírus. Na semana passada, o Copom reduziu a Selic em 75 pontos-base, de 3,75% para 3,00% ao ano.
“Para a próxima reunião, condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da covid-19”, registrou o BC na ata.
“No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e ressalta que novas informações sobre os efeitos da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos”, acrescentou a instituição. A autoridade monetária salientou que a recuperação econômica após o pico da pandemia pode ser mais gradual do que a esperada e “caracterizada por idas e vindas”.
No mercado de moedas, o índice DXY, que compara o dólar ante seis moedas fortes, recuava 0,44% por volta das 9h30, a R$ 5,99,796 pontos. A moeda americana também se desvalorizava de forma generalizada frente outras divisas emergentes ligadas a commodities. Lá fora, os investidores monitoram iniciativas de reabertura econômica nos EUA e em várias partes da Europa, após um longo período de confinamento para tentar conter a disseminação do coronavírus, mas também atentos a notícias sobre uma nova onda de infecções por covid-19 em países como Alemanha, China a Coreia do Sul.
Mais cedo, nos Estados Unidos, foi divulgado uma queda de 0,8% do índice de inflação ao consumidor em abril ante março, maior que a baixa de 0,7% esperada. O CPI também subiu menos (0,3%) na comparação anual de abril que a previsão (+0,4%).
Às 9h35 desta terça-feira, o dólar à vista caía 0,69%, a R$ 5,7810. O dólar futuro para junho recuava 0,66%, a R$ 5,7875.
Por Silvana Rocha
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