A BRF informou neste domingo, 10, que registrou um prejuízo líquido de R$ 38 milhões no primeiro trimestre deste ano ante uma perda de R$ 113 milhões em igual período de 2019. A receita líquida de vendas da companhia nos primeiros três meses de 2020 somou R$ 8,949 bilhões, um aumento de 21,6% sobre os R$ 7,359 bilhões do primeiro trimestre de 2019.
De acordo com a empresa, o prejuízo no trimestre se deveu às despesas referentes ao acordo para pôr fim a uma ação coletiva movida por detentores de ADRs da BRF nos Estados Unidos, no valor de US$ 40 milhões (R$ 204 milhões) e ao efeito da variação do câmbio no trimestre sobre o endividamento.
Conforme o balanço divulgado, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF no primeiro trimestre do ano alcançou R$ 1,251 bilhão, alta 67,2% de sobre os R$ 748 milhões do mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda da BRF foi de 14%, ante 10,2% no primeiro trimestre do ano passado.
A companhia encerrou o trimestre com um índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) de 2,68 vezes – havia ficado em 2,5 vezes no quarto trimestre de 2019.
Segundo BRF, o aumento na alavancagem decorreu do efeito da valorização do câmbio no trimestre sobre as dívidas em moeda estrangeira da empresa. A dívida líquida da companhia em 31 de março ficou em R$ 15,589 bilhões, alta de 17,5% sobre os R$ 13,269 bilhões no fim do quarto trimestre de 2019.
No primeiro trimestre do ano, a BRF comercializou 1,087 milhão de toneladas de produtos, um avanço de 8,1% em comparação com as 1,006 milhão de toneladas de um ano antes.
No segmento Brasil, a BRF teve receita líquida de R$ 4,655 bilhões no primeiro trimestre de 2020, aumento de 18,1% em comparação com de igual intervalo do ano passado. Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 4,013 bilhões, alta de 25,6% sobre o período de janeiro a março de 2019. Segundo a companhia, houve crescimento de volumes em todos os mercados-chave, sobretudo nas vendas para a Ásia.
A empresa informou ainda que registrou um fluxo de caixa operacional de R$ 1,520 bilhão no primeiro trimestre do ano e uma posição de caixa de R$ 8,988 bilhões ao fim de março deste ano, ante R$ 5 bilhões no fim de 2019.
Em comunicado, o CEO da BRF, Lorival Luz, disse que a empresa apresentou “no primeiro trimestre do ano resultados com margens sólidas, consistentes e geração de caixa positiva, permanecendo aderentes à estratégia de longo prazo”. “Temos muito a fazer, principalmente neste momento delicado que vivemos com a pandemia do coronavírus. Estamos agindo de forma determinada, resiliente e cuidadosa, pensando sempre em toda a cadeia”, afirmou.
Por Alda do Amaral Rocha – Especial para a AE
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