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Guedes: País precisa de marcos regulatórios para novas fronteiras de investimento

A retomada da recuperação econômica no Brasil vai acontecer em algumas etapas. A primeira delas é baseada em juros baixos e no aumento da demanda. A segunda é um “crowding in” com investimentos em grandes áreas de interesse internacional como infraestrutura. O prognóstico é do ministro da Economia, Paulo Guedes, que participou neste sábado, 9, de videoconferência organizada pelo Itaú BBA.

“Em primeiro lugar, vemos recuperação cíclica com juros mais baixos, crédito crescendo a dois dígitos para consumo, famílias. A demanda agregada vai crescer com força. Em segundo lugar, será esse ‘crowding in’, com ingresso de investimentos nacionais e de fora internacionais em setores como óleo e gás, infraestrutura”, disse Guedes.

Para essa onda de investimentos, Guedes afirmou que a primeira medida que precisa ser feita é a aprovação do marco do saneamento público.

Ele defendeu que aprovação seja feita em meio à pandemia. “Precisamos de marcos regulatórios para novas fronteiras de investimento”, disse Guedes, citando que é preciso também, com urgência, um novo marco regulatório para a área de petróleo (óleo e gás). “O marco atual nesse setor é disfuncional”, comentou, lembrando do leilão de cessão onerosa do ano passado, considerado “fracassado” por muitos agentes econômicos.

“Esse Congresso quer fazer reformas”, disse Guedes. “Se marco do saneamento for aprovado, disparamos R$ 100 bilhões em investimento em dois ou três anos.”

Ele acrescentou que a proposta para o novo marco para óleo e gás está pronta e lembrou que também há a emenda do senador José Serra para mudar o regime no setor.

Postura de Bolsonaro

Guedes afirmou que o presidente Jair Bolsonaro é sempre atacado quando chama atenção para a crise econômica. “O Brasil precisa da saúde e da economia. Se não cuidar da economia, a crise na saúde é agravada”, disse o ministro argumentando que o presidente Jair Bolsonaro está preocupado com a situação da saúde. “Como líder do País, o presidente não quer deixar a população em pânico e enfatiza que é preciso ter equilíbrio entre as duas dimensões”, afirmou.

E completou: “Precisamos cuidar da saúde, mas se não olhar economia, vamos ter ‘L’. A economia cai e não sobe de uma depressão”, afirmou.

O ministro relatou que o ministro da Saúde, Nelson Teich, tem provido orientações sobre a evolução da epidemia no Brasil. Ele disse que, por ora, trabalha com a queda de casos em junho.

Por Karla Spotorno e Márcio Rodrigues

Estadão Conteúdo

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