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Bolsas de NY fecham em alta, com dados de emprego e sinais de retomada

As Bolsas de Nova York fecharam em alta, nesta sexta-feira, 8. Os índices acionários foram sustentados por um relatório de empregos (payroll) que, mesmo muito ruim, veio melhor do que a expectativa dos analistas, em um dia positivo também para o setor bancário e para a Apple, com investidores atentos aos sinais de gradual retomada da economia.

O Dow Jones fechou em alta de 1,91%, em 24.331,32 pontos, o S&P 500 subiu 1,69%, a 2.929,80 pontos, e o Nasdaq avançou 1,58%, para 9.121,32 pontos. Na comparação semanal, os índices tiveram ganho de 2,56%, 3,50% e 6,00%, respectivamente.

A economia americana fechou 20,5 milhões de empregos em abril. Apesar de historicamente negativo, analistas previam o corte de 21 milhões de vagas, segundo a mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, com isso o mercado acionário ganhou fôlego. O ambiente já era positivo antes da abertura, após um diálogo telefônico entre autoridades dos EUA e da China acalmar os ânimos e reafirmar o interesse mútuo na fase 1 do acordo comercial entre as potências.

Os índices acionários ganharam mais força à tarde. Apple esteve entre os destaques, em alta de 2,38%, após a CNBC informar que a empresa reabrirá lojas em alguns Estados americanos já na próxima semana. Microsoft subiu 0,59% e Intel, 0,85%. Entre os bancos, Bank of America (+3,20%), Citigroup (+3,76%) e Goldman Sachs (+1,68%) se saíram bem. Em outros setores, Boeing subiu 3,72% e Caterpillar, 4,49%.

Nesta sexta, o presidente americano, Donald Trump, voltou a defender a reabertura econômica, dizendo que pretende “reconstruir nosso país o mais rápido possível”. Trump ainda previu que o quarto trimestre deste ano já será positivo na economia dos EUA e mencionou a possibilidade de aprovar mais estímulos, como um corte mais extenso em impostos sobre a folha de pagamentos.

Estrategista sênior de mercado da LPL Financial, Ryan Detrick destaca em relatório a clientes que a fraqueza na economia pode ficar concentrada em cerca de dois meses, que teriam dados muito fracos como se viu hoje, mas com perspectiva de uma “recuperação robusta” mais adiante.

Mais cauteloso, o Wells Fargo comenta que o payroll foi “horrível”, mas destaca que mais de 18 milhões dos cortes foram reportados como temporários, ou seja, podem resultar em recontratação mais adiante. O banco diz que as economias podem reabrir e os estímulos do governo incentivarem a volta dos funcionários, o que tem apoiado o mercado acionário. “Mas nós tememos que isso é muito otimista. As cicatrizes de 20 milhões de empregos perdidos, para a economia e a sociedade, são difíceis de exagerar”, alerta o Wells Fargo.

Por Gabriel Bueno da Costa

Estadão Conteúdo

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