O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou o resultado do primeiro trimestre de 2020. Como esperado, especialmente depois seus principais concorrentes Bradesco e Itaú, a lucratividade veio abaixo das expectativas, fortemente afetada por provisões registradas para enfrentar o Covid-19.
O lucro líquido ajustado totalizou R$ 3,395 bilhões no trimestre, uma queda de 20,1% em relação ao mesmo período de 2019. Com a queda no lucro, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 12,5% no trimestre, queda de 4,3 pontos percentuais na comparação anual e de 5,2 pontos percentuais em relação ao último trimestre.
Diante do novo cenário, as provisões do Banco do Brasil para possíveis calotes (créditos de liquidação duvidosa) atingiram R$ 2,0 bilhões, menores do que as reportadas pelo Bradesco (R$ 2,5 bilhões) e Itaú (R$ 4,5 bilhões).
Em um movimento similar ao observado com o Itaú, a queda nos lucros já era esperada em função das provisões adicionais. Com isso, a atenção deve se voltar às demais linhas do balanço e nossa expectativa é de que ações do Banco do Brasil (BBAS3) sejam afetadas positivamente no curto prazo.
As receitas com tarifas cresceram 4,0% no 1T20 enquanto as despesas administrativas tiveram uma alta de 2,7% na comparação anual. As despesas administrativas vieram dentro do guidance anterior (+2,5 a +4,5%).
A margem financeira bruta somou R$ 14,0 bilhões no trimestre, crescimento de 9,9% em relação ao mesmo período de 2019 e recuo de 1,8% em relação ao quarto trimestre de 2019.
O banco também reduziu sua taxa de inadimplência acima de 90 dias em 10 pontos porcentuais em comparação ao quarto trimestre de 2019, ficando em 3,17% no fim de março.
Como destaque, o BB afirma que a chegada da epidemia do coronavírus acelerou o uso do app do banco a partir de março, com 1,5 milhão de novos usuários na plataforma, chegando a 15,8 milhões de clientes. Segundo o banco, em abril, a média diária de clientes que passaram a usar o app foi 3,6 vezes superior aos últimos seis meses.
Assim como o Itaú, o Banco do Brasil suspendeu suas projeções (guidance) para o ano de 2020 devido à baixa visibilidade sobre a extensão e profundidade dos efeitos da crise atual trazida pela pandemia da Covid-19 na atividade econômica e social.
As medidas de quarentena impostas por governos na expectativa de frear o avanço do vírus foram colocadas em prática apenas em março. Dessa forma, seu impacto nas operações bancárias do primeiro trimestre ainda foi limitado. O impacto mais forte virá no segundo trimestre de 2020.
A rentabilidade do banco vinha melhorando até então como resultado de sua estratégia de atuar em segmentos com melhores margens. No entanto, o reforço nas provisões acabou interferindo negativamente.
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