O dólar renovou as máximas nesta quinta-feira, 7, e fechou com alta de 2,43% a R$ 5,84, um novo recorde nominal, quando não se considera a inflação, para um fechamento. Mais cedo, a moeda ainda quebrou outro recorde para um cotação ao bater em R$ 5,87. Já a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, encerrou o pregão com um recuo de 1,20%, aos 78.118,57 pontos. Desestabilizou o mercado brasileiro hoje, o corte para 3% da Selic, taxa básica de juros da economia, pelo Banco Central.
A moeda americana já abriu as negociações desta quinta com alta de 1,5%, a R$ 5,79. No entanto, ainda no final da manhã, ela sofreu nova escalada de preços e rapidamente atingiu o patamar dos R$ 5,87, uma apreciação de 2,5% comparado aos R$ 5,70 da última quarta-feira 6, quando o dólar bateu um novo recorde nominal para um fechamento. No final da tarde, ele recuou levemente, mas continou no patamar de R$ 5,80.
A desvalorização do real frente à moeda americana se intensificou em março, com o início da crise do novo coronavírus no País. Nesse mês, o dólar – e também o euro -, romperam pela primeira vez a barreira de R$ 5. Como consequência, desde 2020, a moeda dos EUA já tem uma valorização de quase 42% frente à moeda brasileira.
Porém, apesar da instabilidade da dólar, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, teve um dia praticamente estável, oscilando entre os 78 mil pontos e 79 mil pontos. Pela manhã, a B3 abriu o pregão com alta superior a 1%, mantendo os 79 mil pontos do pregão da última quarta. Pouco tempo após o início das negociações – e em sintonia com a escalada do dólar -, a Bolsa apresentou leve recuo de 0,37%, aos 78.754,96 pontos. Na mínima do dia, ao meio-dia, o índice cedia aos 78.057,74 pontos.
Influenciou o mercado nesta quinta, o novo corte de 0,75 ponto da Selic, que foi a 3% ao ano (antes, a taxa era de 3,75%), no menor valor da série histórica. A redução afeta principalmente a moeda americana, pois torna o País menos atraente para o investidor estrangeiro e promove a fuga do dólar – o que pressiona o valor e acelera o movimento de apreciação frente o real.
Porém, apesar do corte mais baixo que o esperado, o mercado já projeta uma nova redução para junho. Essa perspectiva deve achatar ainda mais p diferencial de juro interno e externo, afastando ainda mais o investidor estrangeiro do Brasil. Contudo, apesar do ‘efeito Selic’, ainda pesam no mercado local o cenário político e a crise causada pelo coronavírus.
Bolsas do exterior
As Bolsas da Ásia fecharam sem sentido único nesta quinta. Na China continental, as perdas foram modestas: o índice Xangai Composto caiu 0,23% e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,12%. O Hang Seng se desvalorizou 0,65% em Hong Kong e o sul-coreano Kospi teve baixa marginal de 0,01% em Seul, mas o Nikkei subiu 0,28% em Tóquio, ao voltar de três dias de feriados no Japão, e o Taiex avançou 0,63% em Taiwan, a 10.842,92 pontos. Na Oceania, a Bolsa australiana seguiu o viés negativo da região asiática, e o S&P/ASX 200 caiu 0,38% em Sydney.
Já na Europa, o dia foi de ganhos. O índice Stoxx 600 encerrou em alta de 1,09% e o índice FTSE 100 avançou 1,40% em Londres. Em Frankfurt, o DAX ganhou 1,44% e em Paris, o índice CAC 40 subiu 1,54%. Já na Bolsa de Madri, o Ibex 35 subiu 0,89%. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 0,50%, a 17.245,04 pontos. Já em Lisboa, o PSI 20 ganhou 4.220,85 pontos./ SERGIO CALDAS, FELIPE SIQUEIRA, ANDRÉ MARINHO E MAIARA SANTIAGO
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