O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Segundo Moro, relatou, em depoimento prestado à integrantes da Polícia Federal em Curitiba no último domingo e obtido pelo Broadcast Político, que o presidente Jair Bolsonaro disse que interferiria “em todos os ministérios” e “quanto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que se não pudesse trocar o superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro (Carlos Henrique Oliveira), que trocaria o diretor-geral (Maurício Valeixo) e o próprio ministro da Justiça”.
Segundo Moro, Bolsonaro ainda o ameaçou, na última semana, com a possibilidade de divulgação de vídeos gravados durante as reuniões que tinham.
Sobre os pedidos de acesso negados do presidente a relatórios de inteligência da Polícia Federal, argumento utilizado por Bolsonaro para a exoneração de Valeixo, Moro disse durante o depoimento que nem ele nem Valeixo violariam o sigilo de investigações policiais.
De acordo com o ex-ministro, “não é verdadeira” a afirmação usada por Bolsonaro de que não recebia relatórios da Polícia Federal. Segundo Moro, informações da PF eram encaminhadas à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e consolidada em relatórios para o presidente.
Moro disse que recebeu o aval do ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno, que teria dito que “o tipo de relatório que o presidente queria não poderia ser dado”. Em reunião com os generais que chefiam pastas do Executivo, além de Heleno, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e da Casa Civil, Braga Netto, Moro afirmou que teria recebido o compromisso deles de demover o presidente da ideia de demitir Valeixo.
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Por Pedro Caramuru
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