O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou neste sábado, 2, que o Parlamento chegou a uma encruzilhada e que é necessária atenção para independência e harmonia entre os Poderes. A afirmação foi feita em sessão deliberativa do projeto de auxílio a Estados e municípios para despesas relativas às medidas de combate à pandemia do novo coronavírus. O novo texto do projeto foi apresentado por Alcolumbre hoje e, para a votação, recebeu 249 emendas, de acordo com o senador.
Alcolumbre afirmou que compatibilizar os interesses regionais em um país tão desigual é um grande desafio e, por isso, a semana de votação do projeto foi de um clima muito tenso. Nesse cenário, ele admitiu ter pensado muito antes de assumir a relatoria da matéria, mas disse que preferiu sair da função de mediador, apesar de muito mais cômoda. “Poderíamos ter criado uma relação de muita dificuldade com a Câmara dos Deputados. Ouvi muitas críticas, mas fizemos o que era certo e com a consciência da obrigação do cargo de senador e de presidente do Senado”, afirmou.
Na ocasião, ele voltou a citar a queda de braço entre Senado e Câmara por causa da decisão dos senadores de votar um projeto diferente do aprovado pelos deputados e disse que teria sido mais cômodo colocar em votação projeto da Câmara, que seria vetado.
Além disso, lembrou o momento delicado em que os presidentes da Câmara e da República começaram a trocar farpas sobre o projeto e sobre a democracia. “O Presidente da Câmara dos Deputados estava muito machucado com decisão do Senado, porque a casa desautorizou a decisão da Câmara dos Deputados ao desapensar a matéria”, disse. Ele acrescentou, ainda, que apesar do desconforto da Câmara com o Senado, buscou construir pontes.
Para chegar ao texto substitutivo apresentado neste sábado, Alcolumbre afirmou ter passado 15 dias analisando as opções para chegar a uma fórmula que atendesse a todas as regiões. Na sessão, ele ressaltou que a proposta chega a R$ 60 bilhões, fora os indiretos, enquanto a proposta original era de R$ 40 bilhões.
O senador também agradeceu a sensibilidade do presidente Jair Bolsonaro, do ministro da Economia, Paulo Guedes, e toda a equipe econômica pelas tratativas da proposta no Senado e disse que o presidente não se refutou em ajudar os Estados e municípios.
Por Lorenna Rodrigues e Julliana Martins
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