No acumulado do mês até a quarta-feira (29), o Ibovespa avança 13,9%. Apesar de a bolsa estar indicando uma queda no início dos negócios, o desempenho até agora foi o melhor para um mês de abril desde os 15,55% registrados em 2009.
A alta das ações ao longo dos últimos dias foi resultado de um enorme suspiro de alívio global após quatro meses tenebrosos devido à pandemia do coronavírus, e ao impacto das medidas de isolamento social necessárias para combatê-la. Tendo passado por medidas que alteraram profundamente a forma de fazer negócios, as economias estão, cautelosamente, voltando à normalidade enquanto as pesquisas para encontrar uma cura avançam.
Nesta quinta-feira, o Rio Grande do Sul vai apresentar um plano para reabrir a economia do Estado. As medidas, pioneiras desde o início da pandemia, devem ser acompanhadas de perto pelos demais Estados, que estão gerindo individualmente as políticas de restrição para conter a epidemia.
O Rio Grande do Sul não foi tão afetado pela pandemia como São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará ou Amazonas, e fez um dos levantamentos mais precisos sobre a Covid-19. Projeções da Universidade de Pelotas mostram que apenas 1 em cada 13 contaminados foram notificados, o que indicaria um total de 15.000 gaúchos contaminados. No entanto, a descoberta mais importante foi que quase todos os familiares dos doentes tinham anticorpos para o coronavírus.
Nacionalmente, o Brasil vive um escalada no número de casos. Nas últimas 24 horas foram mais 449 mortes e um recorde de 6.276 novos casos, chegando a 78.162 casos e 5.466 vítimas. Nesse cenário, a reabertura no Rio Grande do Sul pode comprovar se os Estados conseguem ser bem sucedidos em reaberturas localizadas, com um efeito positivo para a economia.
Também há notícias positivas no tratamento em relação ao coronavírus. Em estudos preliminares divulgados na quarta-feira (29), foi noticiado que o medicamento Remdesivir, da americana Gilead Sciences, acelerou a recuperação de pacientes e reduziu o tempo de internação.
Emprego e indústria
A taxa de desemprego subiu para 12,2% no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 1,3 ponto percentual em comparação com o último trimestre de 2019, segundo a Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD) Contínua divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Trata-se de 1,2 milhão de pessoas a mais na fila por um emprego. O Brasil soma 12,9 milhões de desempregados. Houve uma queda de 2,5% no contingente da população ocupada, cerca de 2,3 milhões de pessoas. Foi o maior recuo de toda a série histórica e refletiu nos serviços domésticos, que caíram 6,1%. O recuo de 7% no emprego sem carteira assinada do setor privado também foi recorde. Emprego com carteira e o conta própria sem o CNPJ também caíram.
Os preços da indústria subiram 1,32% em março na comparação com o mês anterior, após crescerem 0,81% em fevereiro e 0,35% em janeiro, de acordo com o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que foi divulgado na manhã desta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi pressionado pelo setor de alimentos, principalmente carnes bovinas, cujos preços tiveram a maior variação da série histórica (6,68%), iniciada em janeiro de 2014. A indústria extrativa, com deflação de 17,12 por cento no mês, segurou o índice.
Para analistas, o cenário amplo é positivo. No entanto, notícias como o aumento do desemprego e a queda dos lucros do Bradesco podem provocar uma realização pontual de lucros. Na abertura, os contratos futuros de S&P 500 estão em uma leve queda de pouco mais de 0,5%, e os contratos futuros de Índice Bovespa recuam cerca de 2%.
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