Quatro em cada cinco lares brasileiros já têm acesso à internet. No entanto, o País ainda tem um contingente importante de excluídos digitais: 45,960 milhões de pessoas, cerca de 25% de toda a população com 10 anos ou mais de idade, não utilizaram a rede no período de referência do levantamento Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua – TIC) de 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os motivos para a falta de acesso à internet, 41,6% disseram que não sabiam usar a rede, 34,6% declararam falta de interesse, 17,5% declararam que o serviço ou o equipamento eletrônico necessário eram caros, e 4,5% disseram que não havia serviço de internet disponível nos locais que frequentava.
A indisponibilidade do serviço de internet era um empecilho especialmente em áreas rurais, onde foi mencionado por 12% dos excluídos digitais como justificativa para não acessar a rede. Na Região Norte, 13,8% das pessoas que não acessaram a internet apontaram a falta de serviço em sua região, enquanto na Região Sudeste apenas 1,9% mencionaram essa justificativa.
A internet passou de um alcance de 74,9% dos domicílios do País em 2017 para 79,1%, em 2018. A renda ainda é um componente importante para a conexão digital. O rendimento real médio per capita dos domicílios com acesso a internet foi de R$ 1.769, quase o dobro do rendimento dos que não utilizavam esta rede, que foi de R$ 940.
O acesso à internet também avançou entre os habitantes na passagem de 2017 para 2018, passando de 69,8% da população brasileira com 10 anos ou mais de idade para 74,7%, o equivalente a 181,9 milhões de pessoas conectadas. A conexão ainda é mais predominante nas áreas urbanas, onde o porcentual de utilização subiu de 74,8% em 2017 para 79,4% em 2018, enquanto na área rural cresceu de 39,0% para 46,5%, alcançando ainda menos da metade da população local.
As mulheres são ligeiramente mais conectadas que os homens: 75,7% delas acessam a internet, contra 73,6% dos homens. Os jovens adultos têm mais acesso à rede, alcançando até 91,0% na faixa etária de 20 a 24 anos, mas houve avanço no acesso em todas as idades, inclusive entre as mais avançadas. O grupo etário com aumento mais expressivo de conexão foi o de 55 a 59 anos, passando de 55,3% de alcance em 2017 para 64,2% em 2018. Na faixa mais idosa, com 60 anos ou mais, havia 38,7% de conectados, ante uma fatia de 31,2% em 2017.
O aparelho de telefone celular é o meio mais popular de acesso à rede, usado por 98,1% dos brasileiros que se conectam. O uso da televisão para acesso à rede teve um crescimento expressivo, mencionado por 23,1% dos que se conectaram em 2018, ante uma fatia de 16,3% em 2017. O uso do microcomputador teve movimento oposto, recuando de 56,6% em 2017 para 50,7% em 2018, assim como o total de pessoas que usaram tablet, descendo de 14,3% para 12,0% no período.
Em 2018, 88,1% das pessoas usavam a rede para chamadas de voz ou vídeo, enquanto 86,1% acessavam para assistir vídeos.
O porcentual de pessoas com telefone móvel para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade subiu de 78,2% em 2017 para 79,3% em 2018. No entanto, ainda não havia telefone celular nem fixo em 5,1% dos domicílios particulares permanentes do País em 2018.
O uso de telefone fixo convencional diminuiu, passando de 31,6% dos lares em 2017 para 28,4% deles em 2018. A parcela dos domicílios com telefone móvel celular permaneceu inalterada de 2017 para 2018, em 93,2%.
Por Daniela Amorim
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