Categories: Economia

Índice de evolução da produção tem o pior março da série histórica, revela CNI

A crise causada pelo pandemia do novo coronavírus com a consequente queda de demanda “forçou” uma redução sem precedentes na atividade industrial, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Pesquisa Sondagem Industrial divulgada nesta terça-feira mostra que o índice que mede a evolução da produção ficou em 33,3 pontos em março, ante os 47,5 pontos registrados em fevereiro, marcando uma forte distância negativa da linha divisória dos 50 pontos.

Pela metodologia da pesquisa, valores acima de 50 pontos indicam aumento da produção e abaixo, queda da produção. Para o mês de março na série histórica iniciada em 2010, é o pior número. “O indicador reflete uma queda em uma intensidade e disseminação nunca registrada na série mensal”, aponta a CNI.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também apresentou dados drásticos, com queda de dez pontos porcentuais ante fevereiro. A UCI ficou em 58% no mês passado, chegando ao menor nível já registrado na série mensal, segundo a CNI. O índice de UCI efetiva em relação ao usual, que procura medir o quão a atividade industrial está aquecida, recuou para 31,1 pontos em março. “Os índices de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) refletem a interrupção das atividades produtivas em decorrência dos efeitos da pandemia da covid-19”, afirma a entidade.

O índice de evolução do emprego no mês de março também registrou queda, ficando em 44,6, diante dos 50,4 pontos verificados em fevereiro. Na comparação com o mês de março de outros anos, o índice se aproxima de 2015 e 2016, cuja pontuação ficou em 43,6 e 43,1, respectivamente. Para a CNI, o fato de o índice ter ficado um pouco acima em relação a esses períodos se deve, provavelmente, à rapidez e surpresa da queda na produção e uma reação das empresas por meio de ajustes temporários como férias coletivas, banco de horas, redução de jornada de trabalho e/ou suspensão de contratos de trabalho.

“Cabe ressaltar que apesar da forte queda na produção, a intensidade da redução no emprego foi inferior à apurada nos meses de março de 2015 e 2016. O motivo se deve, provavelmente à rapidez e surpresa da queda na produção e uma reação das empresas por meio de ajustes temporários como férias coletivas, banco de horas, redução de jornada de trabalho e/ou suspensão do contrato de trabalho”, afirma a CNI.

A entidade também mostra que os estoques ficaram inalterados em março. “O índice de evolução dos estoques ficou em 50 pontos, ou seja, manteve-se inalterado”. Segundo a CNI, a peculiaridade da crise, em razão do desaparecimento do consumidor, é notada neste comportamento.

A entidade explica que a paralisação das vendas resultou numa resposta imediata na produção. “Não foi uma produção que diminuiu o ritmo em razão do acúmulo de estoques, mas uma resposta quase que instantânea à interrupção de quase todos os negócios na economia brasileira. Não houve sinal de atenção”, diz.

Já o índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 49,9 pontos, ou seja, mostra estoques no nível planejado pela indústria, diz a CNI.

Por Amanda Pupo

Estadão Conteúdo

Recent Posts

País pode virar referência em pagamentos internacionais com uso de cripto, dizem especialistas

O Brasil tem a oportunidade de ser referência em pagamentos internacionais, assim como já é…

21 horas ago

Deputado do agro quer comissão externa para ‘colocar dedo na ferida’ do Carrefour

Lideranças do agronegócio estão indignadas com a decisão do Carrefour de boicotar a carne do…

22 horas ago

Federação de Hotéis e Restaurantes de SP organiza boicote ao Carrefour

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) convocou empresários…

1 dia ago

Gol anuncia nova rota semanal entre Curitiba e Maringá

A Gol Linhas Aéreas anunciou o lançamento de uma nova rota que liga Curitiba (PR)…

2 dias ago

Governo de SP prevê R$ 1,3 bi em segurança viária para concessão da Nova Raposo

A concessão rodoviária do Lote Nova Raposo (São Paulo) vai a leilão na próxima quinta-feira,…

2 dias ago

Petróleo pode cair de US$ 5 a US$ 9 em 2025 com grande oferta e problemas da demanda

O preço do barril do petróleo tipo Brent tende a cair de US$ 5 a…

2 dias ago