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‘Há males que vêm para o bem’, diz Mourão, sobre fim do acordo Boeing-Embraer

Após episódios de desgaste entre Brasil e China, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou, nesta segunda-feira, 27, que a relação entre os dois países é “inevitável”. Mourão defendeu aprofundar a parceria estratégica em áreas como agronegócio e aviação. O vice-presidente considera que a alternativa para a Embraer, que acaba de sair de um acordo frustrado com a Boeing, pode estar na China.

“Há males que vêm para o bem. Com a Embraer permanecendo no Brasil, o governo com a sua golden share, a Embraer tem uma tecnologia, tem um know-how nessa aviação de porte interna. E a China é o país que no presente momento está expandindo esse tipo de aviação”, disse Mourão durante videoconferência promovida pela Arko Advice.

“É o momento em que a Embraer poderá se aproximar, nós já temos penetração no mercado local com a Embraer, e isso poderá ser aprofundado. Mais uma vez esse casamento (com China) tem que avançar, porque é um casamento inevitável. Nós temos o produto e eles têm a necessidade”, avaliou o vice-presidente.

Ele destacou, no entanto, que a Embraer “seguiu todos os passos daquilo que era o acordo” com a Boeing, que alegou ter rompido o contrato porque a fabricante brasileira não teria cumprido todas as suas obrigações para executar a separação da sua linha de aviões regionais. A Embraer, por sua vez, acusa a Boeing de ter rescindido o contrato indevidamente e exige compensação dos americanos.

Sobre a relação com a China, Mourão disse, ainda, que “não resta a mínima dúvida” de que o Brasil tem que “aproveitar o momento e estar nesse casamento com a China”. “É algo que aconteceu, não foi provocado. É algo que veio naturalmente. Eu vejo dessa forma”, disse sobre a relação entre os países.

Para o vice-presidente, a China tem uma visão pragmática de suas necessidades e é a grande compradora da nossa produção agrícola. “Não adianta querer ver de outra maneira”, frisou.

Com 1,4 bilhão de habitantes, Mourão destacou que o país asiático “não pode se dar ao luxo de ter insegurança social”, o que inclui ter comida suficiente para toda a população. “E quem pode colocar comida na mesa dos chineses? É o Brasil”, afirmou Mourão.

Por Julia Lindner

Estadão Conteúdo

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