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Consórcio de bancos abrirá linha para aviação, autos, varejo e sucroenergético

O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse nesta segunda-feira, 27, que o governo negocia com um consórcio de bancos a abertura de linha de crédito para empresas em cinco setores bastante afetados pela pandemia da covid-19: aviação, automotivo, varejo (não alimentício, não farmacêutico e não automotivo), sucroalcooleiro e de energia elétrica.

Segundo ele, a linha especial de crédito será voltada para empresas desses setores com faturamento anual acima de R$ 300 milhões.

Costa disse ainda que cada setor terá uma solução específica de acordo com as suas peculiaridades. “Teremos hoje mais uma reunião e podemos incluir mais três ou quatro setores. A ideia é encontrar soluções privadas para garantir que as empresas continuem operando sem envolver recursos públicos”, completou.

Conforme adiantado pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o secretário afirmou ainda que o Fundo Garantidor de Investimento (FGI) poderá financiar capital de giro para médias empresas, mas ainda não há decisão sobre o valor que será disponibilizado.

Em reunião com representantes da indústria na última quinta-feira, 23, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os recursos do fundo poderão ser aumentados para cerca de R$ 15 bilhões. “Estamos estudando o faturamento anual das empresas elegíveis será de R$ 10 ou R$ 300 milhões. Mas a ideia é termos medidas que abarquem todos os tamanhos de empresas”, acrescentou.

Ele avaliou ainda que as dificuldades em levar o crédito até empresas e pessoas físicas durante a pandemia da covid-19 é um problema não só do Brasil, como de outros países. “Não adianta prover liquidez ao mercado se o crédito não chega na ponta. Por isso o governo tem tomado diversas medidas para garantir que as empresas acessem os financiamentos”, afirmou. “Os recursos liberados pelo Banco Central têm chegado aos poucos no mercado bancários, já percebemos esse aumento de liquidez”, completou.

Segundo Costa, porém, apenas grandes empresas e algumas companhias médias têm conseguido acessar esses recursos. Ele citou as linhas de crédito abertas pelo governo e pelo Congresso nas últimas semanas para pequenas e micro empresas. “São 3,2 milhões empresas no Brasil, das quais metade são micro empresas que ainda não tinham sido atendidas pelo crédito para folha de pagamento. Por isso chegamos a uma medida com R$ 15,9 bilhões para esse grupo, que gera a maior parte dos empregos”, apontou.

O secretário destacou ainda a publicação nesta segunda da Medida Provisória 958, que libera empresas e pessoas físicas de uma série de obrigações para que tenham acesso facilitado ao crédito bancário e sofram menos os impactos econômicos decorrentes da pandemia do novo coronavírus no País. “São mudanças para o crédito seja fácil, atendendo a pedidos do setor produtivo”, completou.

Na lista de facilidades, a MP dispensa os bancos públicos de exigirem dos clientes a apresentação de certidões de quitação de tributos federais, certificado de regularidade do FGTS e comprovante de regularidade eleitoral. A isenção não alcança tributos previdenciários.

Por Eduardo Rodrigues e Lorenna Rodrigues

Estadão Conteúdo

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