Categories: Economia

Confiança do consumidor cai 22 pontos em abril ante março, revela FGV

A confiança do consumidor recuou 22,0 pontos em abril ante março, na série com ajuste sazonal, informou nesta segunda-feira, 27, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) desceu a 58,2 pontos, no menor patamar da série histórica iniciada em setembro de 2005.

“A confiança dos consumidores atingiu o menor nível da série de 15 anos de dados mensais. Com a Covid-19 e as medidas de isolamento, consumidores percebem a piora da situação econômica do país e o quanto isso afeta suas condições financeiras nesse momento. O pessimismo em relação aos próximos meses é homogêneo entre as diversas classes de renda e isso faz com que todos coloquem o pé no freio em relação ao consumo, mantendo apenas os gastos com bens e serviços essenciais para a família. É difícil ainda enxergar uma melhora significativa nos próximos meses, dado o nível elevado de incerteza econômica e política”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Em abril, houve deterioração tanto nas avaliações sobre o presente quanto nas expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 10,5 pontos, para 65,6 pontos, o menor nível desde dezembro de 2016 (64,8 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE) despencou 28,9 pontos, para 55,0 pontos, o menor patamar da série histórica.

O componente que mede a intenção de compras de bens de consumo duráveis nos próximos meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança, com um tombo de 35,6 pontos em abril, para o patamar de 21,1 pontos, o menor desde 2005.

“A deterioração das intenções de compra está diretamente relacionada com o pessimismo em relação às perspectivas sobre as finanças familiares que vem se deteriorando pelo quarto mês consecutivo e se aprofundou com as medidas de isolamento da pandemia”, apontou a FGV, em nota.

Houve ainda queda de 29,4 pontos no componente que mede o grau de otimismo com relação às finanças da família, para 62,8 pontos em abril, também o piso histórico da série.

Ocorreu também piora na confiança entre os consumidores de todas as classes de renda, principalmente entre as famílias de menor poder aquisitivo, que recebem até R$ 2,1 mil mensais. Nesse grupo familiar, a confiança caiu 23,0 pontos, puxada pela piora das expectativas em relação às finanças familiares. Para as famílias de maior poder aquisitivo, com renda mensal acima de R$ 9,6 mil, a confiança encolheu 21,4 pontos, com maior retração da intenção de compras.

A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.810 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1º e 20 de abril.

Por Daniela Amorim

Estadão Conteúdo

Recent Posts

País pode virar referência em pagamentos internacionais com uso de cripto, dizem especialistas

O Brasil tem a oportunidade de ser referência em pagamentos internacionais, assim como já é…

19 horas ago

Deputado do agro quer comissão externa para ‘colocar dedo na ferida’ do Carrefour

Lideranças do agronegócio estão indignadas com a decisão do Carrefour de boicotar a carne do…

20 horas ago

Federação de Hotéis e Restaurantes de SP organiza boicote ao Carrefour

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) convocou empresários…

1 dia ago

Gol anuncia nova rota semanal entre Curitiba e Maringá

A Gol Linhas Aéreas anunciou o lançamento de uma nova rota que liga Curitiba (PR)…

2 dias ago

Governo de SP prevê R$ 1,3 bi em segurança viária para concessão da Nova Raposo

A concessão rodoviária do Lote Nova Raposo (São Paulo) vai a leilão na próxima quinta-feira,…

2 dias ago

Petróleo pode cair de US$ 5 a US$ 9 em 2025 com grande oferta e problemas da demanda

O preço do barril do petróleo tipo Brent tende a cair de US$ 5 a…

2 dias ago