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Após Boeing, Embraer aposta na retomada de setor dos EUA para recuperar fôlego

A maior exposição ao mercado de jatos regionais nos Estados Unidos e a expectativa de pronta retomada depois da ajuda do governo norte-americano às companhias aéreas são a aposta da Embraer para sua recuperação depois do fim do acordo com a Boeing em meio à crise do covid-19.

“Nosso negócio da aviação comercial continua forte, somos líderes no mercado de jatos regionais com mais de 60% de participação de mercado e acreditamos que os jatos regionais liderarão a recuperação do setor de aviação, à medida que as companhias aéreas retomarem suas operações por meio de rotas regionais e domésticas, que são nossos principais mercados. Outra vantagem para a Embraer é a exposição nos Estados Unidos que representa quase dois terços das nossas entregas no curto prazo”, disse a Embraer, em entrevista por escrito ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A fabricante brasileira, que deve entrar em um embate com a norte-americana Boeing, que desistiu de formar uma parceria no mercado de aviação comercial, disse que as companhias aéreas dos EUA estão mais avançadas em seu pacote de resgate do governo Donald Trump, o que facilitará o reinício das operações.

“É importante mencionar ainda que nossas entregas nos EUA estão relacionadas principalmente à substituição de aeronaves e, com o retorno das atividades das companhias aéreas, acreditamos que essas entregas também serão retomadas”, disse a Embraer

A companhia brasileira destacou seu portfólio de aeronaves de última geração, com a família E2 de jatos regionais, que foi desenvolvida em conjunto com várias campanhas de vendas ativas. “Também temos uma linha de montagem flexível que pode produzir jatos E1 e E2 para ajustar nossa produção a possíveis mudanças no mix de aeronaves”, informou.

A Embraer reafirmou que planeja tomar as medidas cabíveis contra a Boeing e exigir uma compensação financeira pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do acordo de transação. “A realização dos termos do acordo exigiu investimentos significativos e um complexo e demorado processo iniciado há mais de dois anos”, disse.

Questionada se a Boeing teria, ao longo de quase dois anos de negociação, tomado posse de informações estratégicas sobre projetos de engenharia e desenvolvimentos de produtos da Embraer, a fabricante de aviões respondeu como um singelo “não”.

Sem o acordo da Boeing, a empresa disse que sua posição como líder mundial na indústria aeronáutica e seu portfólio de produtos nos segmentos de aviação comercial, aviação executiva e de defesa e segurança atrai o interesse de outros parceiros internacionais. “No entanto, não temos nada a comentar sobre novas parcerias.”

Por André Vieira

Estadão Conteúdo

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