Categories: Economia

Maranhão chega a 90% de ocupação dos leitos de UTI e 112 mortes por covid-19

São Luís já está com 90% dos leitos das Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública ocupados, segundo o governo do Maranhão. O Estado já registrou 112 mortes e quase 3 mil casos de covid-19. A situação no interior também é crítica. Calcula-se que há apenas 81 leitos disponíveis nos demais municípios do Estado.

A situação é dramática para aqueles que tentam encontrar uma vaga em hospitais públicos para os familiares infectados. Foi este o caso de José Ribamar Rodrigues, de 78 anos, que deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), teve confirmado o diagnóstico de covid-19 e faleceu após três dias de espera por um leito.

O filho de José lembra com revolta a busca por uma vaga para internar o pai. “Meu pai chegou bem no hospital, foi uma luta de três dias para conseguir um leito com UTI, mas, infelizmente, ele veio a óbito. Estou indignado com o governo, na propaganda diz que tem leitos suficientes e que estão ampliando a demanda para atender a todos, mas a realidade é outra”, afirmou Mário Henrique Rodrigues, de 46 anos.

Já Ronaldo Passos dos Santos, que estava em busca de atendimento desde o dia 8 de abril, morreu no dia 23, antes de receber a notícia de que seria transferido para uma UTI.

A filha de Ronaldo, Raquel Batista de Sousa, atestou que o pai veio a óbito por falta de atendimento. “Meu pai faleceu por falta de atendimento correto. Várias vezes foi na UPA com sintomas graves, mas recebeu ordens de retornar para casa. Quando estava muito ruim, ele voltou pra unidade de pronto atendimento, ficando apenas na ala de observação do hospital. Lutamos pra transferir ele para a UTI, mas, infelizmente, não conseguimos e ele veio a óbito”, disse.

Faltam leitos

Na capital maranhense, dos 112 leitos de UTI disponíveis para tratamento de doentes por covid-19, 101 já estão ocupados, o que corresponde a uma taxa de ocupação de 90,17%. Já as enfermarias são 267 na capital, sendo que 161 estão lotadas com pacientes.

O colapso da saúde pública no Estado ficou evidente na manhã deste domingo, 26. Na porta do Fórum Sarney Costa, cerca de 30 pessoas esperavam o atendimento para tirar um atestado de óbito. Os registros são decorrentes da covid-19, porém, o que chama a atenção é o volume de famílias que precisam utilizar o serviço.

A reportagem procurou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e de Comunicação e Articulação Política (SECAP) para saber quais são os planos do governo para reverter a situação da saturação do sistema no enfrentamento do novo coronavírus, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Por Davi Max, especial para o Estado

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Vale: Esperamos chegar a um acordo final no processo de mediação em outubro

Em resposta a comentários do ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, a Vale afirmou,…

5 horas ago

BNDES aprova crédito de R$ 58 Mi a TW Transportes para reconstrução de armazém no RS

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou crédito emergencial, na modalidade investimento…

5 horas ago

BC informa ocorrência de incidente de segurança com chaves Pix sob guarda da SHPP Brasil/Shopee

O Banco Central informou nesta quinta-feira, 19, a ocorrência de incidente de segurança com dados…

6 horas ago

Lula sanciona lei que cria política nacional de incentivo ao cultivo de coco

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou nesta quinta-feira, 19, a Lei…

8 horas ago

Governo contrata projeto para trecho da Transnordestina; é o 1º investimento do tipo em 14 anos

A Infra S.A., empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, assinou contrato com o Consórcio…

8 horas ago

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app

A empresa de delivery de comida e mercado iFood declarou que houve uma redução na…

8 horas ago