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Bolsa fecha em queda de 1,56% e dólar vai a R$ 5,52 após Moro ameaçar sair

(Foto: Shutterstock)

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou em queda de 1,26%, aos 79.673,30 pontos nesta quinta-feira, 23, após Moro avisar que deixará o governo, caso Bolsonaro troque o diretor-geral da Polícia Federal. Também em consequência desse anúncio, o dólar terminou o dia com alta de 2,2%, a R$ 5,5287, após bater em R$ 5,53 – um novo recorde nominal (quando não se desconta a inflação) para a moeda americana.

Logo após a notícia, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações do Brasil, chegou a cair mil pontos, mais de 2%, e voltou ao patamar de 78 mil pontos, por volta das 14h30. No início do dia, a Bolsa operava em alta e tinha de ganho de 1,5% – na máxima, antes do anúncio de uma possível saída de Moro, ela subia aos 81.887,56 pontos.

Uma escalada para o ativo já era prevista. Nesta quinta, o dólar começou em alta de quase 1%, a R$ 5,42, e recuou para R$ 5,40 somente após uma ação do Banco Central. Já no final da manhã, ele tornou a subir e ficou acima de R$ 5,45. O movimento de valorização seguiu na parte da tarde e às 16h, a moeda subia a R$ 5,49 – 17 minutos depois, ela alcançou os R$ 5,50. A nova máxima de R$ 5,53 foi atingida às 16h58, minutos antes de encerrar o pregão.

Além das incertezas envolvendo o ministro, também influencia a moeda a possibilidade de redução de 0,75 ponto da Selic, a taxa básica de juros da economia. É importante destacar que a diminuição drástica da taxa, hoje em 3,75 ponto percentual, afasta o investidor estrangeiro do País, pois interfere diretamente nos rendimentos.

Vale lembrar que o patamar de R$ 5,40 foi atingido pela primeira vez na última quarta-feira, 22. Nesse cenário, a valorização da moeda dos Estados Unidos é superior a 35% este ano. A alta brusca dos valores também afeta o euro, atualmente cotado a R$ 5,93 – valorização que já ultrapassa os 30% somente em 2020.

Petróleo
A commodity foi beneficiada nesta quinta, pelo aumento da tensão entre Estados Unidos e Irã. Vale lembrar que na última quarta, os americanos prometeram agir, caso os iranianos continuem a ameaçar os navios americanos em alto mar. Um possível conflito entre ambos os países seria benéfico, já que poderia afetar drasticamente a capacidade de produção do petróleo no Oriente Médio e reduzir a quantidade de barris.

Em resposta, o WTI para junho, referência no mercado americano, fechou com alta de 19,73%, a US$ 16,50 o barril. Já o Brent para o mesmo mês, que é referência no mercado europeu, teve ganho de 4,71%, a US$ 21,33 o barril. No entanto, apesar dos resultados positivos, o WTI segue com queda superior a 30% nesta semana, enquanto o Brent recuou mais de 20%.

Bolsas do exterior
Em meio aos resultados ainda preocupantes do petróleo e com as incertezas nos EUA, as Bolsas de Nova York fecharam sem sentido único nesta quinta. O índice Dow Jones encerrou com alta de 0,17%, a 23.515,26 pontos. Na contramão, o S&P 500 perdeu 0,05%, a 2.797,80 pontos, enquanto o Nasdaq teve baixa marginal de 0,01%, a 8.494,75 pontos.

As Bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em alta. A única exceção foi o mercado chinês, que teve redução de 0,19%. O Japão encabeça os crescimentos, com 1,52% de avanço no índice Nikkei em relação ao fechamento do dia anterior, seguido de Coreia do Sul, com 0,98% no Kospi, e Taiwan, 0,57%. Hong Kong teve desempenho positivo um pouco mais tímido, de 0,35%. A China recuou 0,19%. Na Oceania, o mercado da Austrália, principal da região, fechou de maneira estável, com leve tendência de queda -0,02%.

As Bolsas da Europa também acompanharam o movimento de alta da Ásia. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em alta de 1,01% e o FTSE de Londres fechou com ganho de 0,97%. Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX avançou 0,95% enquanto em Paris, o CAC 40 subiu 0,89%. Na Bolsa de Milão, o FTSE MIB registrou alta de 1,47%, em Madri, o Ibexx 35 avançou 0,40% e em Lisboa, o PSI 20 teve ganho de 1,18%./LUCIANA XAVIER, SILVANA ROCHA, SERGIO CALDAS, FELIPE SIQUEIRA, LUÍSA LAVAL e MAIARA SANTIAGO.

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