O petróleo do tipo brent, que é referência para a Petrobras, sofreu mais uma derrocada nos seus preços de negociação no mercado internacional na terça-feira (21). O movimento é uma continuação do ocorrido na segunda-feira (20), quando os contratos futuros de petróleo do tipo WTI para maio, com vencimento em 21 de abril, chegaram a operar com preços negativos nos Estados Unidos.
Dessa forma, os contratos para o próximo vencimento – endereçados para o mês de junho, fecharam abaixo dos US$ 20 por barril, o que indica um recorde negativo dos últimos 18 anos.
Mesmo com o acordo firmado no dia 12 de abril entre os Estados Unidos e os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais a Rússia (OPEP+), para que fossem realizados cortes no nível de produção vigente, a sua magnitude não parece ter sido suficiente para fazer frente à queda na demanda pela commodity por conta da redução no nível da atividade produtiva global.
A notícia é negativa para a Petrobras (PETR3/PETR4) e analistas esperam um impacto negativo no preço das suas ações no curto prazo. Na terça-feira (21), enquanto o mercado local seguia fechado devido ao feriado de Tiradentes, os American Depositary Receipts (ADR) da Petrobras negociados nas bolsas dos Estados Unidos recuaram até 3,5%. Contudo, o melhor humor dos mercados internacionais na manhã desta quarta-feira (22) pode aliviar o desempenho das ações ao longo da sessão.
Após um “alívio” no preço do petróleo com o acordo de cortes na produção no início de abril, a petroleira brasileira se vê novamente pressionada com a desvalorização da commodity. Ao longo de março, ela anunciou diversas medidas para enfrentamento da crise, como a suspensão dos dividendos programados para o ano, redução no nível de produção, captação de empréstimos para melhor gestão do capital de giro e corte dos investimentos (Capex).
Além das perdas para a empresa, pesa também o seu importante papel no lado das contas públicas. Com a queda do seu resultado operacional. o montante pago em royalties e impostos cairá vertiginosamente, reduzindo a arrecadação da união e dos estados.
O principal catalisador das ações da Petrobras no momento é a curva de contágio do coronavírus pelo mundo, posto que é a partir dela que sairão as respectivas medidas de afrouxamento das políticas de isolamento social e a volta gradual da economia, com volta da demanda por combustíveis e petróleo.
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