Países devem olhar experiências bem-sucedidas de combate ao coronavírus ao redor do mundo e seguir orientações de suas autoridades de saúde para enfrentar a pandemia. A recomendação é da diplomacia dos Estados Unidos. “Nós encorajamos todos os países do mundo a fazer o que o presidente (Donald) Trump fez e consultar e ouvir autoridades de saúde”, disse a porta-voz do Departamento de Estado americano, Morgan Ortagus, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
O presidente Trump minimizou a pandemia de coronavírus mesmo depois de o país registrar a primeira morte em decorrência da covid-19. Desde 16 de março, no entanto, a Casa Branca passou a recomendar medidas de distanciamento social extremo, defendidas por Trump durante o último mês quase diariamente na televisão.
A mudança de tom no enfrentamento do vírus tem sido apontada por analistas como uma vitória do time técnico da força-tarefa montada pela Casa Branca para a crise, que conta com médicos e especialistas da área de saúde.
“Nós temos o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) aqui nos EUA. Temos representantes do CDC ao redor do mundo e adotar diretrizes de saúde e medidas de bom senso é o que encorajamos todos a fazer”, afirmou Morgan. Na semana passada, a Casa Branca apresentou um plano de reabertura gradual da economia, que não será colocado em prática de imediato nem de uma só vez. O projeto tem três fases e exige que os Estados documentem queda de novos casos de coronavírus por 14 dias. Apesar da pressão de Trump pela retomada da economia, ela afirmou que cabe a cada governador decidir o momento de relaxar o isolamento.
“Mesmo aqui no Departamento de Estado estamos praticando essas medidas (de proteção)”, disse a porta-voz, em entrevista feita por telefone. “E isso é o que penso, que pessoas de todo o mundo devem focar em seguir a recomendação do CDC e as recomendações das autoridades de saúde locais.”
Brasil
Questionada se a situação do Brasil preocupa os EUA, a porta-voz da diplomacia americana preferiu não fazer comentários específicos sobre o País. Trump já foi questionado ao menos duas vezes por jornalistas durante as coletivas da Casa Branca sobre o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, que tem se reunido com apoiadores contrariando recomendações da Organização Mundial da Saúde e do próprio Ministério da Saúde do Brasil. O presidente dos EUA se esquiva de responder diretamente e reitera que há boa relação com Bolsonaro, com quem se reuniu quatro vezes.
Na semana passada, o secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que os EUA ajudarão o Brasil na crise do coronavírus depois que a situação doméstica melhorar. Morgan disse que o secretário foi “mal interpretado”. Segundo ela, Pompeo se referiu “apenas a exportar equipamentos de proteção individual”. “Embora os governos de todos os países estejam se certificando de que têm o que precisam (em equipamentos), os americanos têm sido muito generosos com países ao redor do mundo, no que se refere à covid-19. Fornecemos assistência técnica, mecanismos de financiamento, e continuaremos fazendo”, declarou. “Temos dado a maior contribuição (financeira) ao sistema de saúde global.”
Assim como Pompeo, ela negou que os EUA tenham atrapalhado compras brasileiras de equipamentos exportados por outros países, como a China.
Segundo a porta-voz do Departamento de Estado, os EUA pretendem “continuar a relação próxima com o Brasil”. “Não apenas nas questões de saúde, mas na prosperidade, segurança, promoção da democracia e, claro, laços pessoais, pois temos muitos brasileiros vivendo nos EUA e americanos que viajam e vivem no Brasil.”
Exemplos
Segundo Morgan, o momento pede que se procurem os melhores exemplos de combate ao coronavírus no mundo. “O mais importante para os países ao redor do mundo, e isso inclui o nosso país (EUA), é olhar para as melhores práticas. Infelizmente, esse terrível vírus atingiu a Ásia e a Europa primeiro. Temos trabalhado muito, muito próximo a países como Itália e Espanha, Alemanha, Coreia do Sul, Taiwan. Há uma série de histórias de sucesso com diferentes mecanismos nestes países – especialmente democracias, que sabemos que são transparentes e divulgam dados que nos dizem a verdade”, afirmou a porta-voz.
Os países mencionados pela porta-voz adotaram diferentes estratégias de combate ao coronavírus, mas em comum compartilham a adoção de políticas de isolamento em algum grau. Em Taiwan, o cumprimento da quarentena é fiscalizado com ameaça de multa. Já a Coreia do Sul adotou a testagem maciça da população, com rápida detecção dos infectados.
A porta-voz não mencionou a China, onde o vírus teve origem. O governo americano, que já trava uma disputa comercial com Pequim, culpa o governo chinês por não ter alertado sobre a disseminação do vírus com a transparência e agilidade necessárias. Sem citar diretamente o país asiático, a porta-voz declarou que democracias são importantes “durante uma pandemia e em tempos de crise como esse”, porque devem ser totalmente transparentes ao relatar os números reais de infectados e mortos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Beatriz Bulla, correspondente
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