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Bolsas da Europa: mercados terminam nas mínimas, com petróleo em queda livre

As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta terça-feira (21) em queda acentuada, todas nas mínimas da sessão, à medida que o derretimento das cotações de petróleo pesou no apetite ao risco. A baixa do barril arrastou as demais commodities e pressionou o setor de produção no continente. O índice Stoxx 600 terminou cotado a 324,31 pontos, desvalorização de 3,39%. Foi o maior recuo em pontos e em porcentual desde 23 de março.

Entre os índices de referência, o FTSE 100, de Londres, caiu para 5.641,03 pontos (-2,96%); o CAC 40, de Paris, recuou para 4.357,46 pontos (-3,77%); o DAX, de Frankfurt, cedeu para 10.249,85 pontos (-3,99%); o IBEX 35, de Madri, baixou para 6.634,90 pontos (-2,88%); o FTSE Mib, de Milão, terminou em 16.450,85 pontos (-3,59%); e o PSI 20, de Lisboa, encerrou em 4.035,94 (-2,27%).

A tensão no mercado de petróleo se acentuou nos últimos dias, por duas vias. Do ponto de vista físico, cresceram os rumores de que a capacidade de estocagem nos Estados Unidos está próxima do limite. Já na parte técnica, sem a demanda para entrega do óleo americano em maio, o barril do contrato do WTI chegou a ser negociado abaixo de US$ 0. Por extensão, o Brent, negociado na Europa, também tem forte baixa e chegou a ser negociado a menos que US$ 20, menor nível em décadas.

O descasamento entre oferta e demanda de petróleo acabou acendendo o alerta no mercado de ações. Primeiro porque muitas das petroleiras têm peso considerável nos principais índices acionários, como no FTSE de Londres, e o preço muito baixo pode inviabilizar suas operações. Segundo pelo temor de causar deflação, fenômeno que pode retardar ainda mais a recuperação econômica pós-pandemia de coronavírus.

“É interessante notar que, embora todos tenham ficado fixados nos mercados de ações ao longo desta crise de coronavírus, as atenções agora estão voltadas ao setor de commodities, à medida que as consequências dessa queda do petróleo repercutem em outros ativos”, escreveu, em relatório, o analista sênior de mercados do banco suíço IG Joshua Mahony, que alertou ainda: “a desconexão entre as bolsas de valores e a realidade econômica foi baseada em um otimismo que dificilmente será verdadeiro.”

Desta forma, as principais petroleiras europeias terminaram no vermelho. A britânica BP caiu 3,03%, a francesa Total cedeu 3,79%, a portuguesa Galp Energia recuou 5,58%, a italiana Eni encolheu 5,62% e a espanhola Repsol perdeu 5,90%. O subíndice de óleo e gás do Stoxx 600 teve baixa de 4,44%.

O setor de commodities foi igualmente penalizado, com baixas de 6,44% da BHP e de 5,19% da Rio Tinto, ambas na Bolsa de Londres. O setor industrial alemão também sofreu com as baixas: Volkswagen recuou 6,55% e Continental, 4,68%.

Por Mateus Fagundes

Estadão Conteúdo

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