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Corte de 200 mil barris por dia está se mostrando viável, diz Petrobras

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Carlos Alberto Oliveira, afirmou que o corte de 200 mil barris por dia de produção está adequado à necessidade da empresa de fazer frente à crise atual da indústria, em que o preço do petróleo se mantém em baixos patamares, na casa dos US$ 20 por barril. Ainda assim, a empresa se mantém avaliando diariamente o cenário para definir o andamento das operações.

Segundo o presidente, Roberto Castello Branco, não é possível prever o comportamento do preço do petróleo daqui para frente. Por isso a companhia se preparou para o pior cenário. “Qualquer previsão de preço do petróleo será puro palpite com elevado risco de erro”, afirmou Castello Branco.

Segundo a diretoria da estatal, atualmente, as reduções da produção se dão exclusivamente por conta da queda da demanda e do enfrentamento da pandemia da covid-19. Não estão previstas paradas programadas de plataformas, que devem ser postergadas para o segundo semestre.

O pré-sal continua sendo o foco de atuação da empresa. Mas se houver algum problema relacionado à doença, unidades de produção podem ser paralisadas para higienização. Em seguida, a atividade será retomada, informou Oliveira.

Exportação

O diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras disse ainda que devido à redução de demanda no mercado interno, a empresa tem exportado petróleo bruto. Ele informou que a redução da produção da empresa é analisada diariamente, e que às vezes reduz inclusive a produção em áreas do pré-sal.

“A gente escolhe diariamente qual produção vai cortar, pode ser até do pré-sal”, disse em webinar promovida pela companhia com analistas.

Segundo ele, os cortes de produção levam em conta demanda, logística e redução de custos.

A Petrobras anunciou que poderia cortar até 200 mil barris de petróleo diários, e nesta semana anunciou que hibernou 62 plataformas que produzem 23 mil barris diários de petróleo.

Taxação

Castello Branco contestou o que chamou de lobby de um segmento de empresários o pedido de que a importação de gasolina seja taxada. Segundo ele, isso teria consequências “muito sérias”.

A taxação ajudaria o segmento de etanol que concorre diretamente com a gasolina no setor automotivo. “Não estamos certos de que conseguiremos abastecer com imposto de importação”, disse Castello Branco.

A diretora de Gás e Refino, Anelise Lara, acrescentou que não há importação de combustíveis, com exceção do GLP. “Nossas refinarias estão prontas para abastecer o mercado interno”, disse.

Em contrapartida, a empresa continua exportando óleo diesel e combustível marítimo, o bunker.

Em coletiva de imprensa, o presidente da Petrobras ainda afirmou que apesar de declarações, “a empresa não vai quebrar” e que não pediu qualquer ajuda ao governo.

Por Denise Luna e Fernanda Nunes

Estadão Conteúdo

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