O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira, 13, que as medidas de restrição social impostas por causa da pandemia de coronavírus terão de ser retiradas “de modo lento, controlado”. Durante entrevista coletiva em Genebra, ele falou sobre a doença e seus efeitos, inclusive econômicos.
Neste quadro, o comando da OMS pediu que os países tomem a decisão sobre reforçar ou relaxar a circulação de pessoas tendo como prioridade a saúde humana e que isso seja parte de uma estratégia abrangente de medidas contra a covid-19.
Tedros Ghebreyesus notou que alguns países e regiões enfrentam “restrições econômicas severas” há semanas ou mesmo meses. “É difícil sobreviver a um ‘lockdown’ quando se depende do trabalho diário para comer”, admitiu, referindo-se a medidas de restrição mais forte de circulação, impostas por algumas das nações ou regiões especialmente afetadas. Ainda assim, o diretor-geral destacou que a curva de novos casos acelera rápido, mas desacelera de modo mais devagar.
O comando da OMS lembrou que há relatos pelo mundo de muitas pessoas em risco de passar fome ou já nessa situação. No caso das crianças, há 1,4 bilhão delas sem escola, o que aumenta o risco de abusos e também de se ficar sem acesso a alimentos. “Em muitos países, a ordem de ficar em casa pode não ser prática”, reconheceu a entidade, notando que há muitos pobres e imigrantes e refugiados vivendo em residências lotadas, com poucos recursos.
Nesse contexto, Ghebreyesus apontou que o isolamento social é “apenas parte da equação das medidas” contra a covid-19. A OMS voltou a insistir que essa equação precisa incluir a busca de casos, testes e o isolamento dos doentes, para conter a disseminação da doença.
Por Gabriel Bueno da Costa
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