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Bolsa se descola de Nova York e fecha em alta de 1,49%, na máxima do dia

Em dia no qual oscilou entre perdas e ganhos moderados, o Ibovespa conseguiu encerrar a sessão não apenas em terreno positivo como também na máxima, descolado de Nova York, onde os índices de Wall Street mostravam queda de até 1,39% (Dow Jones) no encerramento do dia. Assim, o principal índice da B3 fechou nesta segunda-feira em alta de 1,49%, aos 78.835,82 pontos, no pico da sessão, tendo oscilado a 76.405,36 na mínima do dia. O giro financeiro foi de R$ 17,8 bilhões, abaixo da média recente, que tem superado R$ 20 bilhões. No mês, o Ibovespa acumula agora alta de 7,97%, mas ainda cede 31,83% no ano.

As blue chips, como Petrobras, Vale, bancos e siderúrgicas, fecharam o dia em alta, com destaque para Gerdau PN (+4,95%), Vale (+2,98%), Petrobras ON (+2,61%) e Bradesco ON (+2,71%). Na ponta do Ibovespa, atenção para Cogna (+6,33%), Marfrig (+5,98%) e Via Varejo (+5,44%). No lado oposto, Smiles caiu 5,52%, BTG, 4,19%, e Lojas Americanas, 2,86%.

“O dia foi de ajuste técnico, sem catalisadores muito evidentes. Tivemos uma alta, enquanto Nova York caiu, invertendo a quinta-feira, quando fechamos em baixa e lá subiu”, diz Luis Sales, analista da Guide Investimentos. “Os receios quanto ao início da temporada de resultados das empresas norte-americanas pesaram nas bolsas dos EUA. Mas, por aqui, o dia foi salvo pela reação das empresas ligadas a commodities, diante da alta dos metais na bolsa de Nova York, e pela forte queda dos juros futuros”, aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

Segundo ele, o movimento nos juros, em especial na ponta longa da curva, veio após Rodrigo Maia, presidente da Câmara, ter afirmado que excluirá a ampliação dos empréstimos do plano de socorro aos Estados. “Com a ajuda do governo para resolver a crise, as metas fiscais devem ser descumpridas, e isso gera grande receio entre os investidores, já que a expectativa de crescimento para 2020 e 2021 é extremamente incerta. Essa medida extra de ajuda aos estados agravaria ainda mais a expectativa sobre o rombo das contas públicas”, acrescenta.

Alguns operadores apontam também o vencimento de opções e do Ibovespa futuro como um fator que contribuiu para o desempenho positivo na sessão. Como o ajuste final no vencimento tem como referência o índice à vista, os “comprados”, ou mesmo “vendidos” que estejam mirando determinado nível, acabam puxando o Ibovespa para cima perto da data, no caso a próxima quarta-feira, dia 15. Para liquidação financeira, utiliza-se a média das três horas finais do pregão do dia de vencimento, entre 14h e 17h.

“Não vai ser o volume que houve em fevereiro, mas sempre tem ao menos uma briguinha entre comprados e vendidos quando a data vai chegando, o que sempre se faz acompanhar por volatilidade”, diz um operador. No início do dia, os investidores estrangeiros estavam vendidos em 51.123 contratos de Ibovespa futuro, enquanto os investidores institucionais locais (fundos de pensão e mútuos) estavam comprados em 52.960 contratos.

Por Luís Eduardo Leal

Estadão Conteúdo

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