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Azul Cargo espera ter aprovação para transporte de carga sobre poltronas

A Azul Cargo Express, unidade de cargas da Azul, espera já conseguir uma liberação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em uma semana para começar os primeiros voos com aeronaves de passageiros adaptadas para o transporte de cargas sobre poltronas. A afirmação é da diretora da Azul Cargo Express, Izabel Reis, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O transporte de carga aéreo depende fortemente do espaço na “barriga” dos aviões de passageiros para funcionar.

Com a pandemia, a Azul reduziu o seu número de decolagens diárias de 800 para a casa dos 70, disse Reis. Com isso, a empresa começou a estudar alternativas para usar essas aeronaves ociosas. “A Anac está muito solicita. Eles estão muito abertos às discussões de novas possibilidades. Além deles autorizarem, a gente precisa apresentar os novos planos e cumprir com a gestão de segurança. Daqui uma semana já vamos ter essa liberação e já poderemos fazer os primeiros voos”, disse.

Hoje, a Azul já conseguiu liberação para transportar encomendas no compartimento superior de bagagem de mão e embaixo das poltronas. “O que estamos trabalhando é lotar de carga até a altura dos nossos bancos. Prender com rede. Garantir que essa carga seja transportada de forma segura, respeitando as recomendações do fabricante do avião”, disse.

Reis explicou que a empresa hoje tem duas aeronaves cargueiras Boeing 737 400-F, com capacidade de transportar 22 toneladas. Com o ajuste, os modelos ATR 72-600 e Airbus A320neo conseguem saltar de aproximadamente 8 toneladas de carga somente no porão para quase 20 toneladas. “E eles têm uma vantagem. O cargueiro é antigo e tem um consumo alto de combustível, que é onde eu tenho maior custo”, disse, destacando que os 737-400 estão na capacidade máxima de uso – cerca de 14h de voo/dia.

A empresa encomendou dois cargueiros 737-800 para até o fim do ano. Entretanto, como a transformação das aeronaves de passageiro para o transporte de carga é feita na China, que somente agora começou a apresentar reação depois da crise com o coronavírus, todo o processo está parado e não há estimativa de receber os modelos no prazo.

Por Cristian Favaro

Estadão Conteúdo

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