A produção brasileira de grãos na safra 2019/20 deve atingir recorde de 251,8 milhões de toneladas, o que representa aumento de 4%, ou 9,7 milhões de toneladas a mais, em comparação com período anterior 2018/29 (242,06 milhões de toneladas). Em relação à estimativa de março, houve inexpressiva queda de 110 mil toneladas. Os números fazem parte do sétimo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nesta quinta-feira, 9.
As culturas de primeira safra estão em fase final de colheita e as de segunda estão com as áreas semeadas próximas da conclusão, sobretudo milho segunda safra, segundo a estatal.
A Conab destaca no comunicado que a pandemia por covid-19 não prejudicou o andamento da safra brasileira. “Os agricultores continuam com suas atividades dentro da normalidade adotando os cuidados recomendados pelas diversas instituições das áreas envolvidas no combate novo vírus, como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS), além de conseguir realizar os tratos culturais, como adubação e aplicação de defensivos, no período recomendado”, informa.
Para a área plantada, neste sétimo levantamento, estima-se crescimento de 2,9% ou 1,85 milhão de hectares, situando-se em 65,1 milhões de hectares.
A soja e o milho são os produtos que impulsionam o bom resultado. Conforme a Conab, a produção de soja está estimada em 122,1 milhões de toneladas, ganho de 6,1% em relação à safra 2018/19. Comparativamente ao levantamento anterior houve perda de 1,7%, influenciada, sobretudo, pelas condições climáticas desfavoráveis no Rio Grande do Sul. Nas demais regiões o clima favoreceu, e aliado ao crescimento na área de 2,7% em relação à última temporada, a oleaginosa continua como um dos principais produtos da safra.
Outro grão de destaque, o milho deve apresentar uma colheita de 101,9 milhões de toneladas, aumento de 1,8% ante 2018/19. São três safras: a primeira, com proximidade do fim da colheita, deve atingir 25,3 milhões de toneladas, 1,5% inferior à safra passada. A segunda safra deve crescer 4,5% na área de plantio, posicionando-se em 13,5 milhões de hectares, resultando numa estimativa de 75,4 milhões de toneladas, aumento de 2,8% ante 2018/19. A terceira safra, com plantios em maio e junho na região de Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia), Pernambuco e Roraima, as estimativas iniciais indicam uma área plantada em torno de 511 mil hectares, e produção de 1,16 milhão de toneladas.
Além de milho e soja, algodão, arroz, feijão e sorgo devem registrar incremento na produção o que influencia positivamente no número final da safra brasileira. No caso do arroz, a produção está estimada em 10,6 milhões de toneladas, 1,2% superior ao volume produzido na safra passada. Dessas, 9,7 milhões de toneladas são de cultivo irrigado e 0,9 milhão de toneladas em áreas de plantio de sequeiro.
Já o algodão também deve apresentar a maior produção já registrada na série histórica com uma colheita estimada em 2,88 milhões de toneladas da pluma, 3,7% superior à safra passada. O resultado é influenciado pelos grandes investimentos feitos no setor e pela expansão de área cultivada aliada às boas condições climáticas encontradas nas principais regiões produtoras, de acordo com a Conab.
Com a colheita finalizada, a produção na primeira safra de feijão ficou em 1,07 milhão de toneladas, 8,3% superior ao volume produzido na última safra. A segunda safra deve diminuir 1,1% na área cultivada. “Cultura em desenvolvimento e as condições climáticas são favoráveis, o que deve permitir uma produção de 1,33 milhão de toneladas”, diz a Conab.
Com relação ao plantio da safra de inverno (aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale), a Conab informa que plantio ainda é incipiente. Estima-se crescimento de 2,1% na área a ser plantada. Para o trigo, principal cultura, a intenção é de aumento de 2,4%, passando para 2,09 milhões de hectares na nova safra. A produção pode atingir 5,43 milhões de t, aumento de 1,6% ante o período anterior.
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