As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quinta-feira, 9, na esteira do anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de um pacote de US$ 2,3 trilhões em empréstimos para empresas e governos locais. Os ganhos, no entanto, foram contidos pela decepção quanto aos resultados da teleconferência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que teriam concordado com cortes mais tímidos do que o esperado pelo mercado.
O índice Dow Jones fechou em alta de 1,22%, a 23.719,37 pontos, o Nasdaq avançou 0,77%, a 8.153,58 pontos, e o S&P 500 teve alta de 1,45%, a 2.789,82 pontos. Nesta semana, o S&P 500 registrou ganho de 12,10%, seu melhor desempenho semanal desde 1974, o Dow Jones subiu 12,67% e o Nasdaq, 10,59%.
As bolsas operaram em território positivo desde o início do dia, após o Fed divulgar um pacote de crédito a empresas e governos locais. Em discurso realizado virtualmente, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, afirmou que a crise provocada pelo coronavírus fará o desemprego subir a níveis “muito altos, embora temporários”. Ele também demonstrou otimismo de que a recuperação poderá ser “robusta” e renovou o compromisso por ações, caso seja necessário mais apoio.
Para o Wells Fargo, as medidas do Fed são “bem-vindas”, porque vão prover liquidez à economia, em um momento de estresse por conta da pandemia. “O que é impressionante é o nível de cooperação entre o Fed e o Departamento do Tesouro, o que ficou claro no anúncio de hoje”, desta o banco, em relatório enviado a clientes. Entre os bancos, Bank of America subiu 6,01% e Citigroup, 7,12%.
Diante do bom humor por conta do pacote, a divulgação dos dados sobre pedidos de auxílio-desemprego ficaram em segundo plano. Os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram 261 mil na última semana, a 6,61 milhões, em mais uma evidência do forte impacto da pandemia na economia dos EUA. Nesse quadro, a Oxford Economics avalia em relatório que a hora de maior apetite por risco ainda não chegou. A consultoria diz em relatório de hoje que o mercado acionário deve seguir na defensiva por ora, mesmo com os avanços dos últimos dias.
No setor de energia, ExxonMobil recuou 1,64% e ConocoPhillips, 2,66%, com o corte da oferta da Opep e aliados, mencionado por fontes, não animando muito os mercados e levando a mais um dia negativo para o petróleo.
Por André Marinho e Gabriel Bueno da Costa
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