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Aumenta a pressão para a privatização da Eletrobras

A medida em que a paralisação da economia devido a Covid-19 também adiou a expectativa da privatização da estatal brasileira em 2020, a crise certamente colocará ainda mais pressão para que a venda da estatal ocorra em 2021.

O fato de o governo ter retirado do Orçamento de 2020 a receita prevista com a privatização da Eletrobras é um sinal claro de que não há ambiente político para a aprovação do projeto de lei (PL) neste ano. No fim de março, o presidente da companhia, Wilson Ferreira jr., anunciou a manutenção do plano de privatização, mas admitiu que, devido à crise, a operação ficará para o próximo ano.

A venda da Eletrobras será ainda mais necessária para reduzir o déficit nas contas públicas, que disparou com o pacote de injeção de liquidez na economia. A maior defensora da capitalização da Eletrobras é justamente a gestão atual da empresa. O modelo prevê o uso de recursos da venda para se desfazer de usinas antigas da estatal e dar fôlego para novos investimentos.

A privatização da companhia tem ficado em segundo plano no governo atual. A capitalização seria um passo importante na recuperação da companhia e a crise praticamente sacramenta sua postergação para 2021, ainda que se aumente a pressão para tal. Por isso, esperamos impacto neutro no curto prazo para as ações da Eletrobras (ELET3/ELET6).

O plano atual de privatização da elétrica, elaborado pelo governo Temer e mantido por Bolsonaro, prevê uma oferta subsequente de ações (follow-on), em que a União teria sua participação reduzida para menos da metade, criando uma empresa sem controlador definido. Porém, se mantiver este modelo de capitalização, o dinheiro que vai entrar para o Tesouro será muito pouco considerando a forte queda acumulada de 29,5 por cento em 2020.

De acordo com analistas, se o governo quiser levantar mais recursos, ele terá que vender o controle da Eletrobras. A grande objeção a esse plano é colocar um terço do parque gerador de energia elétrica do país nas mãos de um grupo privado. Uma saída, porém, seria vender separadamente as subsidiárias regionais da Eletrobras. Essa alternativa também resolveria a interferência política nas subsidiárias.

Redação Mercado News

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