Economia

Mercado segue otimista, apesar do cenário externo adverso

O mercado financeiro está começando mais um dia em alta, apesar de um desempenho em baixa na Ásia e na Europa durante a madrugada. No início da manhã, os contratos futuros do Ibovespa e os contratos futuros do índice americano S&P 500 abriram com altas superiores a 1%. Tanto na B3 quanto em Wall Street os investidores têm preferido voltar sua atenção para as perspectivas de retomada mais rápida da economia. Em vez de olhar para o cenário não tão positivo do coronavírus, os participantes do mercado têm concentrado seu foco em ações negociadas com desconto.

Há algumas notícias positivas. O governo extinguiu o PIS/Pasep e transferiu R$ 21 bilhões para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que devem reforçar a distribuição de recursos. A ideia é dar mais liquidez ao FGTS, que vem sendo usado nos últimos anos para injetar dinheiro na economia e estimular o consumo e quitação de dívidas das famílias (leia mais abaixo). Também foi criada uma linha de crédito emergencial para atender empresas com faturamento anual inferior a R$ 360 mil por ano. E o governo autorizou, também, que os Estados renegociem suas dívidas com organismos internacionais. Todas essas medidas deverão facilitar a injeção de recursos na economia, contendo o impacto negativo da pandemia.

Essa alta ocorre em um cenário adverso. Os mercados fecharam em baixa na Ásia, com queda de 0,90% na bolsa de Seul e de 1,13% em Hong Kong. Na Europa, o alemão Dax está em baixa de 0,7% e o inglês FTSE recua 0,8%. As ações caíram na devido a um aumento do número de mortes por coronavírus nos Estados Unidos – as vítimas fatais foram 1.939 na terça-feira (7) – e devido ao fato de os ministros das Finanças da zona do euro não terem conseguido chegar a um acordo sobre o pacote de ajuda às economias europeias para contrabalançar os efeitos negativos da pandemia.

INDICADORES 1

A atividade no setor de serviços caiu 1,0% em fevereiro na comparação com janeiro. Foi o pior resultado do setor desde a queda de 3,1% registrada em julho de 2018, informou nesta manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que divulgou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de fevereiro. Após crescer 0,4% em janeiro, o setor voltou a cair, ficando 11,1% abaixo do ponto mais alto da série, que ocorreu em novembro de 2014. Três das cinco atividades caíram. O destaque foram os Serviços profissionais, administrativos e complementares, cujas atividades recuaram 0,9% em fevereiro, a terceira taxa negativa para esse segmento, e os Serviços de informação e comunicação, com queda de 0,5%.

INDICADORES 2

A primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de abril indicou uma inflação de 1,05%, bastante acima dos 0,15% registrados no primeiro decêndio de março. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice, subiu 1,43% ante os 0,20% no mesmo período em março, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na manhã desta quarta-feira (8).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,33% após registrar uma queda de 0,06% em março. Os preços se aceleraram em cinco das oito classes de despesa componentes do índice. A maior alta ocorreu no grupo Alimentação, cujos preços subiram de 0,22% em março para 1,24% em abril. No item hortaliças e legumes os preços subiram de 0,56% para 9,31%.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,16 no primeiro decêndio de abril, abaixo dos 0,34% em março.

A FGV divulgou também a inflação semanal, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), com apuração até a terça-feira, 7 de abril. A inflação foi de 0,38% no período, ficando 0,04 ponto percentual acima dos 0,34% registrados no levantamento anterior.

Entre o aumento do número de vítimas e as medidas do governo, o mercado resolveu olhar para o lado positivo e mantém seu apetite por papéis a preços atrativos. Como tem sido a norma, a volatilidade deve permanecer elevada, mas o dia começa com uma nova alta.

Redação Mercado News

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