O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, negou nesta terça-feira, 7, que tenha relativizado a importância do isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus ao definir critérios para que estados e municípios relaxem regras de distanciamento.
Mandetta explicou que as orientações foram formalizadas a pedido de gestores locais. Segundo ele, a ideia foi definir parâmetros, uma vez que as cidades não são afetadas da mesma maneira.
“A última quarentena foi em 1917. Não existia uma porção de coisas que existem hoje. Então, são dadas algumas coordenadas. Temos cidades com nenhum caso e que fez uma paralisação total de suas atividades”, disse, na entrevista diária.
As instruções são para que as regiões troquem o isolamento amplo pelo isolamento seletivo (restrito a pessoas dos grupos de risco) se menos da metade da capacidade de atendimento tiver sido comprometida.
A avaliação e a transição ficarão a critério dos prefeitos e dos governadores. O secretário de vigilância do ministério, Wanderson de Oliveira, disse que mesmo cidades sem pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) estão adotando medidas restritivas.
Para abrir mão delas, porém, os gestores precisam estar seguros de que as redes de saúde à disposição estão providas de leitos, equipamentos e profissionais para atender a demanda de infectados em momento crítico da epidemia.
“Estados e municípios têm toda a capacidade de avaliar seu contexto e iniciar gradualmente, com segurança, desde que tenham cumprido o critério que é: que condicionantes necessárias para responder ao período mais crítico da epidemia estejam presentes. Isso vale para o Brasil inteiro e a gente vem falando constantemente”, disse o secretário.
Por Vinícius Valfré, Julia Lindner e Fabrício de Castro
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