A quarentena determinada no Estado de São Paulo por causa do coronavírus tem validade até esta terça-feira, 7, mas cidades do interior já têm afrouxado as restrições ao comércio. O governo se reúne nesta segunda-feira para discutir o isolamento social e a expectativa é de estender a medida por 15 dias. Há, porém, pressão de setores do varejo para que haja uma abertura escalonada.
Desde o dia 24, a gestão João Doria (PSDB) determinou o fechamento do comércio e de serviços não essenciais, o que inclui bares, restaurantes e cafés, que só podem funcionar com serviços de delivery. Já os considerados essenciais, como farmácias e supermercados, podem abrir as portas.
Diferentemente do presidente Jair Bolsonaro, que fala em receio de crise econômica e pede a volta dos cidadãos ao trabalho, Doria tem defendido o isolamento social para frear o avanço da covid. O Palácio dos Bandeirantes realiza nesta segunda-feira, pela manhã, uma reunião do Centro Contingência. O encontro marcará o retorno do médico David Uip, chefe do núcleo, que se curou do coronavírus.
A prefeitura de Pindamonhangaba, por exemplo, publicou decretos liberando o funcionamento de feiras, restaurantes, lojas de tecidos e de material de construção desde o sábado. No caso dos restaurantes, que antes só podiam funcionar no delivery, foi permitido o atendimento presencial, embora com restrições para evitar aglomeração.
A gestão municipal disse que as medidas estão alinhadas com as diretrizes estaduais e federais. A cidade tem 79 casos suspeitos, um positivo e quatro mortes em investigação.
O comércio de Conchal, na região de Piracicaba, já reabre nesta segunda-feira. O decreto da prefeitura libera até hotéis, bares e trailers de lanches. Ainda há restrição de acesso para evitar aglomerações e o comércio deve adotar medidas de higiene. Lojas de roupas, óticas e papelarias podem funcionar em horário normal, mas com acesso restrito a um cliente por 10 m².
Conforme a prefeitura, a decisão foi tomada após análise de pedido feito pelo comércio do município, que tem 10 casos suspeitos e investiga um óbito.
Em Morungaba, foram liberados os salões de beleza. O decreto, de sexta-feira, libera o funcionamento com um cliente por vez.
Campos do Jordão
Já em outros locais, a prefeitura precisou ir até a Justiça para garantir o isolamento. Campos do Jordão obteve liminar para impedir que sites de hospedagem continuem oferecendo serviços de turismo na cidade da Serra da Mantiqueira. A Justiça determinou a exclusão de anúncios das “casas para a quarentena”, sob pena de multa diária. A cidade tem uma morte e 30 casos em investigação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Pedro Venceslau e José Maria Tomazela
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