A aceleração da inflação ao consumidor em março foi puxada pelo fim dos efeitos deflacionários, em fevereiro, da conta de luz e das carnes, mostram os dados do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o IGP-DI acelerou para 1,64% em março, após um avanço de 0,01% em fevereiro.
O IPC-DI, que mede os preços ao consumidor, acelerou de uma queda de 0,01% para uma alta de 0,34%.
Cinco das oito classes de despesa componentes do IPC-DI registraram acréscimo em suas taxas de variação. A classe Alimentação avançou de 0,35% para 1,35%, com destaque para o item carnes bovinas (-3,18% para 0,28%). Alimentos in natura também apareceram entre as maiores influências de alta em março: o tomate (que até desacelerou de alta de 15,44% em fevereiro para avanço de 14,84% em março), a cebola (que acelerou de 1,60% para 18,51%) e a cenoura (que passou de 20,81% para 29,43%).
A classe Habitação acelerou de -0,38% em fevereiro para 0,28% em março, puxado pela conta de luz – o item tarifa de eletricidade residencial saiu de -2,53% em fevereiro para 0,34% em março.
As outras classes que aceleraram no IPC-DI foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,31% para 0,49%), Educação, Leitura e Recreação (-0,53% para -0,28%) e Comunicação (0,06% para 0,13%).
Na contramão, os grupos Transportes (-0,04% para -0,13%), Vestuário (0,27% para -0,06%) e Despesas Diversas (0,16% para 0,03%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Os preços dos combustíveis foram destaque novamente, por seu impacto deflacionário. O item gasolina até acelerou (de -1,47% em fevereiro), mas caiu 1,38% em março. O etanol caiu mais fortemente em março (-0,80%) ante o recuo de 0,39% em fevereiro.
Ainda na classe Transportes, o item passagem aérea acelerou de -6,94% em fevereiro para -2,72% em março, ainda na lista de maiores influências de baixa mês passado.
Excluídos os itens com variação mais elevada, o núcleo do IPC-DI se manteve inalterado em alta de 0,31% entre fevereiro e março. “Dos 85 itens componentes do IPC, 52 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 26 apresentaram taxas abaixo de 0,11% linha de corte inferior, e 26 registraram variações acima de 0,54%, linha de corte superior. Em março, o índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, foi de 65,81%, ficando 2,18 pontos percentuais abaixo do registrado em fevereiro, quando o índice foi de 67,99%”, diz a nota divulgada pela FGV.
INCC-DI
Já o terceiro componente do IGP-DI, o INCC-DI, que mede os custos do setor da construção civil, variou 0,26% em março, ante 0,33% no mês anterior. “Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de fevereiro para março: Materiais e Equipamentos (0,42% para 0,36%), Serviços (0,63% para 0,09%) e Mão de Obra repetiu a taxa do mês anterior, que foi de 0,21%”, diz a nota da FGV.
Por Vinicius Neder
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