Categories: Economia

Comportamento do consumidor após crise ainda é incógnita para empresários

O comportamento do consumidor e o apetite por aquisições de novos produtos após a pandemia do coronavírus ainda é incerto para empresários varejistas, apontaram executivos do setor em webinar realizado pelo banco BTG Pactual na tarde deste domingo. “Como e quanto o consumidor vai querer comprar ainda é uma incógnita. A disposição do cliente em gastar e tomar crédito após esta crise é bastante questionável”, disse o CEO das Lojas Quero-Quero, Peter Furukawa.

O executivo destacou que a empresa conta com a vantagem de estar inserida em cidades interioranas, de economia agrícola e com maior parte da população aposentada ou do funcionalismo público e, por isso, avalia que a rede “pode sofre menos” após o surto da doença. “No entanto, dada a magnitude deste problema, acho que o consumidor vai estar bastante relutante em gastar. A certeza que temos é de que o consumidor sairá endividado dessa crise, mas ainda não sabemos o quanto ele estará relutante em tomar crédito e comprar a prazo”, acrescentou.

Já o setor de produtos para animais de estimação deve passar pela crise com maior resiliência, na análise do CEO da Petz, Diogo Bassi, “Quase 80% do nosso faturamento se encaixa em necessidades básicas. Diferente da alimentação humana, que tem vários substitutos, nós temos uma média de quatro itens por cupom de venda. Então, é difícil e demora para o consumidor trocar por item de menor valor agregado”, afirmou Bassi.

Também na videoconferência, o CEO do Grupo Positivo, Hélio Rotenberg, relatou ter observado aquecimento nas vendas de computadores na iminência das medidas de isolamento social. “Na necessidade de migrar para o home office, as pessoas se equiparam com investimento pesado, o que nos deu fôlego de caixa. Esse tipo de cliente, de computador e smartphone de cerca de R$ 2 mil, vai continuar com suas compras, talvez com menos adicionais”, pontuou Rotenberg.

O executivo disse considerar que o consumidor de classe C, que costuma comprar os produtos de entrada da marca em lojas físicas, tende a ser o mais prejudicado no retorno da crise pelo achatamento do poder aquisitivo. Contudo, ele ponderou que a viabilização de parcelas longas e juros baixos para essa categoria podem compensar o possível aumento de preços e queda de poder de compra. “Nossa maior preocupação é o tamanho da crise, é em saber realmente quanto o poder aquisitivo vai cair, porque se cair teremos uma crise tremenda de demanda e não sabemos até quando se estende”, completou CEO da Positivo. O Grupo estima queda de cerca de 20% na demanda do setor.

Por Isadora Duarte e Circe Bonatelli

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Porto Alegre tenta resgatar remanescentes antes de volta das chuvas

Com previsão de chuvas intensas até o início da semana, brigadistas que trabalham no centro…

22 minutos ago

Pedro Scooby vai adotar cachorro que resgatou nas enchentes do RS: “conexão”

Pedro Scooby disse que planeja adotar um cachorro que resgatou em meio às enchentes no…

32 minutos ago

Governo suspende averiguação e revisão cadastral do Bolsa Família no RS até dezembro

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que vai suspender ações de…

40 minutos ago

México abre mercado para óleo de aves e óleo de peixes do Brasil

O Brasil poderá exportar óleo de aves e óleo de peixes para o México, informou…

42 minutos ago

“A gente acorda chorando”: parente busca por 6 desaparecidos da mesma família no RS

A pior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, e que já causa…

45 minutos ago

Enchente reduz em 30,5% comércio eletrônico no Rio Grande do Sul, mostra pesquisa

As vendas do comércio eletrônico no Rio Grande do Sul diminuíram em 30,5% desde 1º…

1 hora ago